Morreu na última segunda-feira, em Paris, a galerista francesa Denise René. Ela tinha 99 anos e sua família não divulgou a causa exata da morte.
René, conhecida como a "rainha da abstração", foi uma das maiores marchandes do século 20 e mantinha ainda duas galerias funcionando em Paris, uma de cada lado do Sena. Ela lançou a carreira do húngaro Victor Vasarely, um dos mestres da op art, e depois se dedicou a promover arte abstrata e cinética.
Foi depois de uma conversa em 1939 com Vasarely no Café de Flore, em Paris, que René decidiu abrir sua primeira galeria de arte, usando o espaço de seu ateliê de costura. Desde então, numa carreira de 70 anos, ela realizou mostras importantes na história da arte, como Peintures Abstraites, em 1946, e Klar Form, em 1951.
Ousadia
No fim da Segunda Guerra, René ousou ao fazer uma exposição do surrealista alemão Max Ernst em Paris. Sua provocação continuou com a primeira mostra do holandês Piet Mondrian na França, onde o construtivista não era aceito pelo establishment das artes visuais. Ela também ajudou a lançar as carreiras de artistas como Jean Arp, Francis Picabia.
Em 1955, René fez talvez a exposição mais importante de sua carreira. Le Mouvement reuniu obras de Vasarely e outros artistas associados à arte cinética, lançando as bases para o movimento e estabelecendo uma ponte com a América Latina, onde a escola vingou com mestres como Carlos Cruz-Diez e Jesús Rafael Soto, na Venezuela, além de Abraham Palatnik, no Brasil.
Antecipando os grandes impérios da arte contemporânea, René chegou a dirigir galerias em Paris, Dusseldorf e Nova York. As casas americana e alemã fecharam, mas hoje dois espaços ainda funcionam em Paris.
Prejuízo recorde ressalta uso político e má gestão das empresas estatais sob Lula 3
Moraes enfrenta dilema com convite de Trump a Bolsonaro, e enrolação pode ser recurso
Carta sobre inflação é mau começo para Galípolo no BC
Como obsessão woke e negligência contribuíram para que o fogo se alastrasse na Califórnia