Plano anual de 2015 do MON está aprovado
O Museu Oscar Niemeyer (MON) divulgou as atrações previstas para 2015, em seu Plano Anual. Todo o trabalho realizado pelo museu é via Lei Rouanet, ou seja, ainda é necessário buscar patrocínio para diversas exposições no calendário do próximo ano.
Segundo a diretora do espaço, Estela Sandrini, uma das mostras que necessita de apoio é Valêncio Xavier (1933-2008), sobre o escritor, cineasta e roteirista, que deve inaugurar no começo de setembro. Outra trata da trajetória do arquiteto João Batista Vilanova Artigas (1915-1985). A obra de Artigas, que é fundador da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, é centrada na capital paulista, mas parte do legado dele ficou em Curitiba, sua cidade natal. "Queremos mostrar o que ele fez aqui, e em todo o país", diz a diretora. A exposição tem data de abertura no dia 2 de julho.
O ano que vem começa com atrações como Crash (12 de março ), com obras da artista plástica e arte-educadora Regina Silveira. No mesmo mês, inaugura a exposição Wilfredo Lan, considerado o expoente mais importante do surrealismo latino-americano.
Serviço
Poty, de Todos Nós
Caixa Cultural São Paulo (Praça da Sé, 111 Centro), (11) 3321-4400. Abertura para convidados e imprensa no sábado (13), das 11h às 14h, com visita guiada de Estela Sandrini às 11h40. Visitação de terça-feira a domingo, das 9h às 19h. Entrada franca.
Poty Lazzarotto (1924-1998) é quase um sinônimo para Curitiba: seus painéis espalhados pela capital se confundem com a paisagem urbana, retratando nossos hábitos e costumes.
Mas Poty não é só curitibano ele retratou várias partes do país, como o Xingu, e ilustrou uma série de livros de autores (como Guimarães Rosa, Jorge Amado e Darcy Ribeiro). Esse lado mais "nacional" do artista poderá ser visto pelos paulistanos a partir do próximo sábado, na mostra Poty, de Todos Nós, na Caixa Cultural São Paulo.
A exposição tem curadoria da equipe técnica do Museu Oscar Niemeyer (MON), que se inscreveu em um edital do espaço (no ano retrasado), para realizar a exposição fora da cidade natal de Poty. "O grupo conversou para saber quais seriam as melhores obras para serem mostradas, e a ideia foi selecionar trabalhos que tivessem também uma ligação com São Paulo", explica a diretora do MON, Estela Sandrini.
Entre as 100 obras da exposição, está, por exemplo, o esboço do painel que Poty criou para o Memorial da América Latina (em 1988). Há, ainda, vários desenhos em nanquim, bico de pena, aquarelas e litogravuras, uma história em quadrinhos sobre a vida do artista, e ilustrações do livro Novelas Paulistanas, de Antonio de Alcântara Machado. Também serão projetadas imagens de 300 trabalhos.
Outro destaque, segundo a diretora do MON, é a série de desenhos de Poty sobre o Xingu. Em 1967, ele foi uma espécie de "repórter fotográfico" na viagem que fez com os sertanistas Orlando Villas Bôas e Noel Nutels a expedição rendeu cerca de 200 esboços sobre o cotidiano indígena. "Podemos ver toda a viagem, as cestarias, os bancos. É uma parte muito interessante da obra de Poty", diz Estela, que, na abertura da mostra, fará uma visita guiada para o público.
Múltiplo
Apesar de ter ficado conhecido principalmente pelos murais públicos (em Curitiba, são 46 espalhados pela cidade, em espaços como a Praça 19 de Dezembro e o Palácio Iguaçu), Poty circulou por várias técnicas, e foi um grande artista gráfico, além de ceramista e gravurista.
Tampouco era monotemático, tanto que viveu e retratou vários estados brasileiros. "Por isso, quisemos reunir não só desenhos sobre Curitiba, mas sobre São Paulo e também sobre a Bahia, onde ele morou", conta Estela.
Olho
Em 2012, o MON realizou mostra no salão nobre do museu, o "olho", que reuniu cerca de 800 itens sobre o artista e recebeu 200 mil visitantes em seis meses. A exposição em São Paulo fica em cartaz até março de 2015.
Biografia
Saiba mais sobre a trajetória do artista gráfico Poty Lazzarotto, que terá parte de sua obra mostrada na Caixa Cultural São Paulo
Nascido em 29 de março de 1924, Poty Lazzarotto começou a se interessar por desenho ainda criança. Seu talento foi reconhecido cedo. Aos 14 anos, publicou a primeira história em um jornal. Foi ilustrador da revista Joaquim, criada pelo escritor Dalton Trevisan, em 1946. Estudou na França, onde teve contato com a litografia, e trabalhou no Jornal da Manhã, de Samuel Wainer. Ao longo da vida, atuou com diversas técnicas artísticas, e expôs em cidades como Bruxelas, Londres, e Washington. Em Curitiba, cerca de 46 murais do artista podem ser encontrados em vários pontos da cidade. Morreu em 1998, na época, trabalhava em um painel encomendado pela Hidrelétrica de Itaipu.
Deixe sua opinião