Duas exposições mostram, a partir desta quinta-feira, obras de dois dos mais importantes artistas plásticos brasileiros do século 20. A primeira traz 54 trabalhos de Alberto Guignard, selecionados em diversos museus públicos e também em coleções particulares. A segunda exibe 82 obras da fase figurativa do paulista Arcangelo Ianelli. Ambas ficam em cartaz até julho no Museu Oscar Niemeyer.
A exposição de Guignard foi organizada por uma das principais conhecedores de sua obra. Priscila Freire, curadora da mostra em parceria com Paulo Schmidt, conheceu Guignard pessoalmente e há vários anos vem se dedicando a divulgar a obra do pintor, morto em 1962. Conseguiu muitos marcos importantes. Exemplo é sua participação na abertura do Museu Casa Guignard, em Ouro Preto, Minas Gerais. "Ele sempre quis ter uma casa para exibir sua obra e conseguimos isso", afirma.
A exposição que entra em cartaz no Oscar Niemeyer foi montada especialmente para Curitiba. As principais fontes dos 54 trabalhos selecionados foram o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a coleção de Gilberto Chateaubriand, do Museu de Belas Artes, também do Rio de Janeiro, e a coleção particular de Roberto Marinho.
Priscila, diretora do Museu de Arte da Pampulha, conta que a mostra foi intitulada Motivos de Guignard, por dividir as telas em três grupos. "São obras que separamos por temas: alma, coração e arte", conta ela. Segundo a curadora, um dos assuntos recorrentes na exposição são as paixões do pintor, inclusive pelas mulheres que passaram por sua vida. Para Priscila, a vinda das telas a um museu do porte do Oscar Niemeyer é mais um passo importante na difusão do trabalho do artista. "Há um par de anos, tivemos muitas exposições, mas numa insituição como essa é algo importante", afirma.
Ianelli
No caso de Ianelli, o principal objetivo da exposição curitibana é revelar a primeira fase da obra artista. Conhecido mais por sua fase abstrata e geométrica, iniciada nos anos 1960, Ianelli teve um início de carreira figurativo. A exibição do Oscar Niemeyer reúne telas, pastéis e desenhos justamente desses 20 primeiros anos de sua produção, de 1947 até o começo da década de 60. "É um período pouco conhecido do trabalho dele", conta Kátia Ianelli, uma das curadoras da mostra e filha do pintor.
Segundo Kátia, que acompanha a carreira do pai desde pequena, a mostra permite ao espectador entender como Ianelli foi mudando gradativamente de face, passando com naturalidade para o abstracionismo. "É uma carreira sem rupturas, sem interrupções", afirma ela, que curiosamente aparece ainda menina como modelo do pai na exposição. "Na verdade, sou curadora de meu pai junto a meu irmão desde que eu tinha uns 10 anos", brinca ela. Ianelli, atualmente tem 82 anos e se dedica mais à escultura, chegou ontem no começo da tarde a Curitiba, para acompanhar o final da montagem da exposição e permanece na cidade para a abertura.
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