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Com três olhos, Luk representa a observação e o cuidado com a natureza | Divulgação
Com três olhos, Luk representa a observação e o cuidado com a natureza| Foto: Divulgação

Entre o mundo vegetal e o animal, o homem e a mulher, o artesanal e o tecnológico. A arte de brinquedo do paranaense Daniel Pellegrim propõe, além de qualquer fronteira, o diálogo entre as diferenças. Em cartaz a partir de hoje, a exposição Luk Ti! Amelí, Bena Mi, Gee, Guará! Stum traz o universo lúdico do artista de Marialva, no norte do Paraná, à galeria Subsolo, e fica em cartaz até o dia 11 de dezembro.

Luk Ti! Amelí, Bena Mi, Gee, Guará! Stum são nomes próprios dos seis personagens que compõem a exposição, os quais trazem elementos do movimento underground e do nonsense. "Experimento muitas referências estéticas e possibilidades de leitura. Meus personagens se articulam com vários momentos e lugares", explica o autor, que trabalha com pinturas, esculturas e gravuras na exposição.

A provocação causada pela combinação de universos visuais aparentemente incompatíveis é o que torna atrativo o trabalho de Pellegrim. "Proponho diálogo na diversidade", diz. Repleta de cores e influências do grafite e da pop art, é a segunda vez que a mostra é levada ao público. A primeira foi na Casa de Artes Lara Matana, em Cuiabá, no Mato Grosso, estado onde o artista mantém seu ateliê.

Depois da primeira exposição, o autor pôde perceber o vasto potencial de alcance de sua arte. "Atingo diversos públicos. A criança é atraída pelo aspecto lúdico e o adulto já faz uma leitura mais crítica", conta.

A influência da mitologia é um traço forte nos personagens de Pellegrim, e além de referências literárias, o autor pretende despertar discussões éticas a partir da estética. "Gee, do mito do negro d'água, protege os rios e se irrita com a degradação. Ameli de Gaia, da mitologia grega, tem forte relações com a sustentabilidade e a preservação", explica sobre a questão ambiental.

A curadora Joice Gumiel diz que a toy art, ainda pouco di­­fundida no Brasil, busca alterar o significado do objeto, colocando-o em uma nova situação. "Ape­­sar de já existir um mercado voltado para essa manifestação, nas artes visuais o caminho é outro, e ainda não se tem um discurso muito elaborado", conta. Segundo a crítica de arte, essa é a primeira exposição do gênero que a galeria Subsolo recebe em pouco mais de um ano de existência.

Por se tratar de um trabalho contemporâneo, Pellegrim diz não se limitar à questão ambiental ou dos mitos. "Trago até uma instalação de fotos que faz crítica ao sistema de telefonia brasileiro", adianta o artista. Quanto à presença da toy art no cenário nacional, Pellegrim é otimista: "Sinto uma força muito grande no grafite. Há um grande potencial de os desenhos que vejo nos muros se converterem em toy art", finaliza.

Serviço:

Luk Ti! Amelí, Bena Mi, Gee, Guará! Stum. Daniel Pellegrim. Abertura hoje, às 19h30. Subsolo Galeria de Arte Contemporânea (Av. Iguaçu, 2481. Água Verde), (41) 3019-8701. Até dia 11 de dezembro. Mesa redonda com Daniel Pellegrim e a curadora Joice Gumiel amanhã, às 19h30. Entrada Franca.

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