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Vivian Maier em um autorretrato | Vivian Maier/Maloof Collection
Vivian Maier em um autorretrato| Foto: Vivian Maier/Maloof Collection

Foi o abandono que levou Vivian Maier (1926-2009) para a fotografia. A moça passou a vida anonimamente e teve seu trabalho reconhecido e revelado após a sua morte. Ela precisou sair de casa quando foi abandonada pelo pai – sua mãe teve de compartilhar um apartamento com a fotógrafa Jeanne Bertrand, em Nova York. E foi aí que tudo começou. Pelo menos, relativamente.

Documentário trata de duas obsessões

O documentário A Fotografia Oculta de Vivian Maier é sobre duas obsessões

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Vivian viveu a infância na França. Era uma mulher excêntrica que fotografava nas horas vagas. Fez viagens a Cuba e ao Canadá com o dinheiro que ganhou de herança de uma tia. Quando a verba acabou, ela voltou aos Estados Unidos, onde trabalhou como babá por 40 anos, e registrou o cotidiano de Nova York e Chicago. O porém: ela nunca mostrou esse material.

Selfies

Marca registrada de Vivian Maier são os autorretratos. Mas não as “selfies” bobas que se propagam hoje. Quando tirava fotos dela mesma, a artista era sujeita da ação. Há uma imagem refletida no espelho do barbeiro que ela fotografava, por exemplo, e outra que registra a própria sombra. Ela morreu sem reconhecimento ou dinheiro, e sem sentir o gosto de ver sua obra legitimada.

Outras

É o mês que, tradicionalmente, o MIS-SP se dedica à fotografia. Além de Vivian Maier, outras exposições estão em cartaz no espaço: Perto do Rio Tenho Sete Anos, do baiano André Gardenberg; Rastros 1, de Roberto Frankemberg; Formas Urbanas, de Igor Garbin e A Propaganda no Tempo de Vivian Maier, elaborada pela agência FCB Brasil em parceria com o museu.

O Mundo Revelado de Vivian Maier

Museu da Imagem e do Som São Paulo (Av. Europa, 158 – Jardim Europa), (11) 2117-4777. Visitação de terça a sábado, das 12h às 21h. Domingos e feriados das 11h às 20h. R$ 6 e R$ 3 (meia-entrada). Até 14 de junho.

Parte desse mundo, até então escondido, foi descoberto em 2007 por John Maloof, corretor de imóveis e historiador. Maloof pesquisava material iconográfico para um livro, e arrematou todas as obras da artista – ainda não reveladas. Ele reconheceu o valor artístico e histórico do material, mas apenas dois anos depois, quando Vivian morreu, as imagens começaram a ser publicadas em revistas especializadas, em livros e correram a internet.

Museus do mundo todo passaram a ter interesse pela obra. Sua primeira exposição individual foi feita pelo próprio Maloof, em 2011,em Chicago. Foi o Museu da Imagem do Som de São Paulo a primeira instituição a receber no Brasil a mostra O Mundo Revelado de Vivian Maier. As 101 fotografias (79 em preto e branco e 22 coloridas), e os nove filmes gravados em super-8 revelam que Vivian foi uma típica fotógrafa de rua.

Um homem dormindo em um banco de praça. Uma mulher que limpa uma janela ao mesmo tempo que encara a Rolleiflex com a qual Vivian, na época, fotografava. Ou, um cavalo no meio de uma movimentada avenida de Nova York são algumas das cenas cotidianas que ela registrava com frequência. Em Chicago, também costumava clicar a pré-estreia de filmes – ela flagrou Kirk Douglas na estreia de Spartacus, nos anos 1960, e Audrey Hepburn em 1954, quando divulgava Minha Bela Dama. Fora isso, há fatos cotidianos mais “pesados”, como acidentes de trânsito e flagrantes de prisões.

É fácil começar a viver o mundo de Vivian enquanto se visita a mostra no MIS. Além de bem contextualizada, o início é fundamental: numa espécie de réplica de seu laboratório de revelação (que era em um banheiro na casa de seus patrões) foi montado um museu. Na penumbra da luz vermelha, vemos fotografias penduradas no varal, as bacias e os químicos para revelação, um fotômetro e até uma lixeira cheia de negativos.

Vivian não ficava somente no trivial da rua. Os detalhes pareciam lhe encantar. Há closes de mãos e pés de transeuntes, uma boneca jogada no lixo e uma bunda que “escapa” por trás do banco da praça. Até os anos 1970, Vivian fotografava em preto e branco, por causa do equipamento. Nesta década, comprou uma Leica – a mudança de fase, com fotografias que podem ser definidas como lúdicas, teve a ver com a troca de câmera, e não com alguma mudança em sua vida.

  • Vivian gostava de “seslfies”, desde que ela fosse sujeita da ação.
  • Cenas do cotidiano eram a especialidade da artista, definida como “street photograpgy”.
  • Ela também registrava as concorridas pré-estreias de filmes em Chicago.
  • Retratos também são constantes em sua obra.
  • Até os anos 1970 suas fotos são em preto e branco, por causa da rolleiflex.
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