As vistosas e imponentes obras de Eduardo Kobra são conhecidas no mundo inteiro. De São Paulo à Tóquio, o grafista impacta metrópoles com as suas projeções coloridas que homenageiam personalidades mundiais por meio de um imenso mosaico. A homenagem mais recente feita pelo paulista foi o painel de 240m² de Anne Frank, no recém inaugurado NDSM-Museum, localizado na área portuária norte de Amsterdã.
A reprodução do desenho de Anne Frank — a menina alemã que virou símbolo do terror nazista como livro autobiográfico “O Diário de Anne Frank” — era um dos maiores sonhos de Kobra. O trabalho, que demorou 13 dias para ser concluído, foi nomeado com uma das frases mais marcantes de Anne : “Let me be myself’ (na tradução, “Deixe-me ser eu mesma”).
“Apesar de tudo, ela nunca perdeu sua fé na humanidade e se manteve viva através da literatura para transmitir sua história e legado”, afirma.
Na composição do mural artístico no NDSM-Musem — o espaço é uma antiga área naval portuária revitalizada em 2012 e cada um dos três setores do museu é dedicado à alguma expressão artística como grafite, música e intervenção urbanas — Kobra desenvolveu o trabalho junto a dois artistas brasileiros, Agnaldo Brito e Marcos Rafael, e utilizou 450 latas de spray e 35 litros de tinta acrílica.
O local, um estaleiro que não é a Casa de Anne Frank (que também fica em Amsterdã), foi escolhido por Kobra por ser um refúgio artístico experimental.
O diário de Anne Frank
O livro traduzido em mais de 70 idiomas completou 69 anos em 2016.
Escrito no período de dois anos (entre 1942 e 1944), Anne conta a história de sua família (os Frank) em uma incessante fuga dos nazista alemães
O pai, Otto Frank, foi o único sobrevivente da família e faleceu em 1980.
Assinatura
O rapaz da periferia de São Paulo transitou entre o piche e o grafite. Hoje é um dos muralistas urbanos mais famosos do mundo. Premiado no Sarasota Chalk Festival, o maior evento de arte 3D,Kobra desenvolveu uma técnica única de pintura em grandes superfícies (como laterais de prédios, por exemplo), e mescla a profundidade dos desenhos 3D com a composição de cores e formas geométricas para impactar todos os espetadores .
Em uma das suas séries mais representativas, o artista produziu os retratos de Oscar Niemeyer , na Avenida Paulista (SP) em 2013; Ayrton Senna na rua da Consolação (SP) (2015); e o mural “Todos somos um”, na Vila Olímpica (RJ), em 2016. Este último foi reconhecido como o maior grafite do mundo pelo Guiness World Records”.
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