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Autorretrato do artista, morto em 1935 | Divulgação/
Autorretrato do artista, morto em 1935| Foto: Divulgação/

Alfredo Andersen embarcou em um navio para a América do Sul em 1892 em uma tentativa de recomeço semelhante à de grande parte dos imigrantes que chegaram ao Brasil no século XIX. Os motivos da mudança e por que o artista norueguês é considerado o pai da pintura paranaense serão conhecidas na exposição “Trajetória: 114 anos da Escola de Alfredo Andersen” que o Museu Oscar Niemeyer (MON) abre nesta quarta-feira (14) e vai até 5 de março de 2017.

Andersen, morto em 1935, se estabeleceu em Curitiba em 1902, mesmo ano em que abriu a escola de pintura em sua casa, na Rua Mateus Leme, hoje endereço do museu que leva seu nome. À época, a “profissão pintor” não era comum e sua chegada à capital deu início a um movimento artístico na região. A exposição concentra 80 obras entre a produção pictórica de Andersen, de seus discípulos e de uma terceira geração influenciada por ele.

Nascido em Kristiansand, cidade portuária da Noruega, Andersen já vencia resistências para se tornar artista dentro da própria família. O pai, um oficial da Marinha norueguesa, queria mesmo que ele seguisse seus passos e trabalhasse como engenheiro naval.

Na época em que era professor na terra natal, um incêndio de grandes proporções destruiu a cidade em que morava e o ensino da pintura deixou de ser prioridade durante o processo de reconstrução. Ficou difícil se manter. Resolveu embarcar com o pai em uma viagem que tinha como destino Buenos Aires. O ano era 1892.

“Trajetória: 114 anos da Escola de Alfredo Andersen”

Abertura da mostra

Quarta (14 de dezembro), às 19h

Entrada gratuita na hora da abertura

Visitação: terça a domingo, das 10h às 18h

R$ 12 e R$ 6

Informações: 3350-4400

Durante a longa viagem, usava retalhos das velas que se rasgavam para pintar paisagens do caminho. O navio parou em Paranaguá para pequenos consertos e Andersen, que já tinha visitado o nordeste brasileiro em uma viagem anterior, acabou ficando em terras brasileiras. Tinha então 32 anos. O casamento com Anna de Oliveira, uma moça da região que descendia de índios guaranis, colaborou com a decisão de se estabelecer.

“Em Paranaguá, ele vendia suas obras. Quando percebeu que esse mercado tinha se esgotado, resolveu ensinar pintura novamente”, conta a curadora Débora Maria Russo, também diretora do Museu Alfredo Andersen.

Paisagens, situações cotidianas e retratos foram seus principais temas. Por causa da habilidade com os últimos, inclusive, tornou-se conhecido na sociedade curitibana e fez retratos de muitos personagens daqui.

A mudança de continente influenciou diretamente a sua obra, de influência impressionista, e marcada também por elementos realistas. “A luz das obras feitas no Brasil é mais evidente do que as feitas na Noruega”, explica Débora.

Discípulos

Estanislau Traple, Theodoro de Bona, Lange de Morretes, José Daros, Helena Wong, Domício Pedroso, entre outros pintores que fora discípulos de Andersen, também terão obras exibidas na mostra.

Objetos pessoais de Andersen também foram emprestadas de sua ‘casa’ para a exposição do MON. Paletas de cores, pigmentos, pincéis, cadernetas em que anotava as informações dos alunos e fotos fazem parte da exposição.

  • Rocio, 1924
  • Retrato de Sinhazinha Rebello, 1935
  • Retrato de Maria Café
  • Retrato de Dr. Per Carl Dusen, 1909
  • Retrato de Carlos Gomes, 1912
  • Autorretrato, 1926
  • Guaratuba, 1920
  • Paisagem com lago, 1926
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