Responsável pelo retrato de Victor Ferreira do Amaral — médico que deu nome a primeira maternidade do estado — exposto no hall de entrada da Universidade Federal do Paraná, “morte do general Carneiro no Cerco da Lapa” e pelo painel “Instalação da Província do Paraná”, que está no Palácio Iguaçu, o paranaense Theodoro De Bona (1904-1990) tinha um talento pouco conhecida pelo grande público de arte. Sob o desafio de reunir centenas de esboços espalhados em gavetas e baús, o crítico de arte Fernando Bini selecionou 160 desenhos inéditos que estão registrados na exposição e no livro “Esboços de De Bona”.
Em parceria com a diretora do Solar do Rosário, Regina Casillo, e com as filhas do pintor, Iracema e Gioconda, Bini vasculhou literalmente no baú da família. Foi atrás dos esboços assinados das relevantes obras do paranaense que ajudam a contar a história de Curitiba. Caixas, gavetas, baús, livros e coleções particulares foram alguns dos locais que Bini vasculhou em busca dos desenhos para revelar “a preciosidade dos esboços. Além de pintor ele era um reconhecido desenhista”, diz.
Vida e arte
Theodoro De Bona ultrapassou as montanhas da Serra do Mar e chegou à Academia de Belas Artes de Veneza. Lá, sob influência do impressionismo de Cézanne e do futurismo da vanguarda italiana, criou um jeito próprio de pintar.
Esboços de De Bona
Data: 11/12/2016 até 31/01/2017
Local: Solar do Rosário
Horário: segunda-feira à sexta, das 10h às 19h30. Sábados das 10h às 13h. Domingos das 11h às 14h
valor: Entrada gratuita
“O De Bona se dizia impressionista, mas não era”, reforça Bini. O crítico explica que embora ele utilizasse os planos e as manchas do impressionista francês, o pintor paranaense fazia uma pintura singular. “A paisagem que ele via não era a que representa nos esboços. Muito menos a que ele pintava”, diz.
Após um estudo aprofundado sobre vida e obra do morretense, o crítico de arte produziu o livro “Esboços de De Bona” que reúne 160 desenhos divididos em sessões temáticas. Com desenhos que expressam a natureza morta, nus, paisagens, retratos e espaços ecumênicos, Bini e Regina produziram um material que servirá para um novo projeto: um livro sobre a vida e a arte de Theodoro De Bona.
O crítico explica que agrupar os esboços é o início de um trabalho maio e, por ser um acadêmico, seguia etapas para concretizar a pintura. Entretanto, muitos desenhos permaneceram como esboços, pois funcionavam para ele como uma “memória artística”.
Assim, o público poderá conferir cerca de 30 painéis com esses esboços na exposição “Esboços de De Bona” no Solar do Rosário, que começa no domingo (11), às 11h, e os mais de 100 publicados no livro homônimo, vendido no local a R$ 70.
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