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Cecilia e Ygor trazem lendas do foclore brasileiro nas instalações de grafite digital. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Cecilia e Ygor trazem lendas do foclore brasileiro nas instalações de grafite digital.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Em 2009, o artista Ygor Marotta ainda não conhecia Cecilia Soloaga – que juntos formam a dupla VJ Suave, reconhecida internacionalmente pelos trabalhos de intervenções digitais urbanas – quando criou o bordão “Mais amor por favor”. A mensagem, escrita pela primeira vez em um muro com caneta marca texto ganhou as redes sociais e as ruas, e permeia ainda hoje o trabalho dos dois, que inauguram nesta terça-feira (12) a instalação Folclore Digital, na Caixa Cultural.

No trabalho, que mistura grafite digital, poesia e personagens de animação, a dupla explora quatro histórias famosas: o boto cor-de-rosa, curupira, mula sem cabeça e saci-pererê. Além das tramas em si, eles desejam que o visitante viva um contato sensorial com a natureza, usando os seus quatro elementos principais (terra, fogo, ar e água).

Instalação

Folclore Digital

Caixa Cultural (R. Cons. Laurindo, 280 – Centro), (41) 2118-5114. Inauguração às 19 horas. Visitação de terça-feira a sábado, das 10h às 20 horas. Domingos das 10h às 19 horas. Até 28 de junho. Mais informações no Guia.

“O folclore brasileiro faz parte da nossa sabedoria popular, mas ao mesmo tempo, as lendas são muito esquecidas. Queremos resgatar isso e trazer ao espectador a sensação da chuva, da celebração”, explica Marotta.

Além da “vida” para as antigas lendas por meio de video mapping (projeções em superfícies irregulares), a dupla apresenta trilha sonora com referência de tambores africanos e música indígena. O artista também salienta que os trabalhos utilizam a animação tradicional, de quadro a quadro. “Temos que desenhar muito para um único segundo de animação.”

Circulação

Vários projetos do VJ Suave (que já gravaram quatro curtas-metragens) foram exibidos em países como a Espanha, Suíça e Eslováquia. “Quando conheci a Ceci, eu desenhava e ela era da área de animação. E aí resolvemos começar a projetar os desenhos em uma escala maior, dar vida a eles. Depois do curta Run e do Homeless, vimos que nosso trabalho dava certo na rua”, conta Ygor.

Os dois também inventaram um método para que as projeções urbanas não envolvessem carros, e bolaram a suaveciclo: as duas bicicletas foram equipadas com projetores, computador e equipamento de som.

Fora a metodologia própria, Ygor e Cecilia buscam divulgar sempre a essência do “mais amor por favor”. “Em cada lugar que vamos, a gente monta uma colagem para divulgar essa mensagem. A gente vive num caos, a cabeça das pessoas está em outro lugar, de tanta violência. As pessoas esqueceram de uma coisa tão simples, do amor, que não é o amor romântico, mas sim do respeito, do carinho e da gentileza. Queremos resgatar isso”, salienta o artista.

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