Duas pinturas digitais de Vik Muniz, um óleo de Cícero Dias e um conjunto de fotografias de Miguel Rio Branco são alguns exemplos dos 35 trabalhos que se unem a outras 15 obras apreendidas na Operação Lava Jato. Elas serão exibidas no Museu Oscar Niemeyer (MON) a partir desta terça-feira (14), na exposição Obras Sob Guarda do MON. Desde maio de 2014, o museu é o responsável por receber as obras de arte apreendidas na investigação.
Veja algumas das obras em exposição no MON
Até agora, foram três lotes – a mostra reúne o conjunto das duas primeiras. Os 139 trabalhos da terceira apreensão que aconteceu no mês passado estão em quarentena, passando por limpeza e conservação adequadas (ainda não há previsão de data para mostrar essas obras ao público).
Programe-se
Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999 Centro Cívico), (41) 3350-4400. Visitação a partir de terça-feira (14), às 10 horas. Funcionamento de terça-feira a domingo, das 10h às 18 horas. R$ 6 e R$ 3 (meia-entrada). Até 12 de julho.
Esse trabalho de revisão das obras, lembra a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, é essencial: é por conta disso que será possível ver a pintura Mesa 12, de Amilcar de Castro. Quando foi apreendido, o trabalho do artista, que ficou mais conhecido por suas esculturas, estava com cupins, fungos e muita poeira. “A Justiça Federal se preocupou com essa guarda. Recebemos as obras por apresentarmos condições técnicas e uma equipe capacitada.”
O segundo lote se destaca pelo conjunto contemporâneo. “São trabalhos escolhidos por uma pessoa que tem conhecimento de arte contemporânea”, diz Estela Sandrini, diretora cultural do museu. Exemplificam essa linha um óleo de 2011, de Antonio Dias, e Homenagem a Mondrian, pintura sobre madeira de Nelson Leirner, além de trabalhos de Anna Maria Maiolino e Daniel Senise.
Do primeiro lote, são imperdíveis obras como Roda de Samba, do carioca Heitor dos Prazeres – além de telas de Iberê Camargo, Di Cavalcantti e Claudio Tozzi.
Fotografia
O segundo lote trouxe uma surpresa ao MON: a série Espaço Confinado (2013), do artista plástico Pedro Motta. Os trabalhos, reproduções fotográficas que se unem a materiais naturais, como terra, já tinham sido mostrados no MON em 2013, na Bienal Internacional de Curitiba, e agora “retornam” ao espaço.
As obras estão sob responsabilidade do museu por tempo indeterminado, até a decisão definitiva da Justiça Federal. O conjunto, que, até agora, soma 203 trabalhos nos três lotes, é valioso dentro do mercado da arte. “Mas isso não importa para o museu. O que interessa é a qualidade artística. E essas obras têm uma similaridade com a linha que o museu trabalha”, salienta Juliana.
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