O Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, recebeu nesta quinta-feira (19) a terceira leva de obras de arte apreendidas na operação Lava Jato. Desta vez, foram 139 quadros, sendo 131 recolhidos na casa do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Roberto Duque, preso na segunda-feira (16).
O restante do material foi apreendido na residência do empresário Adir Assad, preso sob a suspeita de ser um dos operadores do envio para o exterior de dinheiro originado de propinas que movimentaram o esquema. O recolhimento destes quadros faz parte da deflagração da 10.ª fase da operação. O conjunto apreendido ainda não tem valor estimado.
Os quadros chegaram ao museu por volta das 13h30. Logo depois, eles foram apresentados à imprensa. Entre o material, que foi transportado do Rio de Janeiro por uma empresa especializada, há obras de brasileiros como Heitor dos Prazeres, Dionísio del Santo, Manoel Santiago e Yara Tupinambá.
Também há obras assinadas pelo argentino naturalizado brasileiro Carybé, que usava seus próprios desenhos para se corresponder com Poty Lazzarotto.
Na segunda-feira, dia das apreensões, a Polícia Federal já havia adiantado que a coleção contempla ainda nomes como Miró e Marc Chagall.
Exposição
Por enquanto, segundo a assessoria de imprensa do MON, não há previsão de exposição das obras que chegaram ao museu. Agora, estes quadros passarão por um período de quarentena, para detectar e eliminar possíveis contaminantes que possam afetar o resto da coleção. Em abril, o MON irá inaugurar uma exposição com obras apreendidas em fases anteriores.
Obras podem garantir ressarcimento
De acordo com o juiz federal Sergio Moro, que comanda as investigações da operação, as obras apreendidas podem garantir o ressarcimento pelos crimes cometidos por Duque.
O ex-diretor foi detido novamente na segunda-feira (16) porque, conforme Moro, ele continuou cometendo crime de lavagem de dinheiro, ocultando os valores oriundos de propina em contas secretas no exterior, por meio de empresas offshore (em paraísos fiscais).
Segundo a Agência Brasil, investigações apontam que os 20 milhões de euros bloqueados em bancos na Suíça e em Mônaco não são compatíveis com a renda do acusado. Duque também é acusado dos crimes de corrupção e fraude em licitação.
O juiz também que há probabilidade que esses quadros tenham sido adquiridos como produto de crimes.
MON centraliza quadros apreendidos
Com a coleção encaminhada nesta quinta-feira, chega a 203 o número de obras que estavam sob a custódia de supostos articuladores do esquema e que foram recolhidos pela Polícia Federal e encaminhados ao MON.
No ano passado, foram repassadas à Secretaria de Cultura do Paraná 16 obras de importantes artistas, a maioria brasileiros. Os quadros estavam na residência e no escritório da doleira Nelma Kodamo. A suspeita da PF é de que a compra das obras tenha servido para lavar dinheiro obtido irregularmente.
No início de fevereiro deste ano, o MON recebeu outras 48 obras de arte apreendidas na operação. O pacote inclui dois painéis do badalado artista brasileiro contemporâneo Vik Muniz, obras de Romero Britto, um painel do curitibano Sergio Ferro, além de cinco gravuras de Salvador Dalí e várias outras pinturas e fotografias de artistas conhecidos da cena brasileira.
Estas obras estavam no Rio de Janeiro, na mansão do empresário Zwi Skornick, que seria um dos operadores do esquema de propinas cobradas pela Petrobras.
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