As obras de arte apreendidas com a deflagração da 13ª. fase da operação Lava Jato, na semana passada, foram encaminhadas ao Museu Oscar Niemeyer (MON) na manhã desta quarta-feira (27). As peças chegaram ao museu por volta das 10h30.
No total, são 42 obras apreendidas, sendo 37 quadros e cinco esculturas. Algumas destas obras são formadas por mais de um quadro, o que eleva o número de peças para 62 (se contadas individualmente).
Entre as apreensões, há obras assinadas por artistas como José Bechara, Arcangelo Ianelli, Tomás Ianelli, Antônio Henrique Amaral, Antônio Bandeira e Marcos Coelho.
De acordo com o delegado da PF Márcio Anselmo, assim como nas apreensões anteriores, há indícios que estas obras tenham sido usadas para lavagem de dinheiro.
“Na verdade, elas foram apreendidas por causa do alto valor que têm. Agora, a perícia vai analisar este valor de mercado, analisar individualmente cada uma delas e ver se elas têm valor compatível com a renda dos investigados”, explicou o delegado. Ainda não estimativa de quanto vale o conjunto apreendido.
Desde o dia 14 de abril, 48 obras dos dois primeiros lotes enviados ao Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, integram a mostra “Obras sob guarda do MON”, em cartaz até o dia 12 de julho.
Outras quinze obras do primeiro lote já estavam em exposição desde 17 de janeiro, na mostra “Acervo MON – Aquisições 2013/2014”, que termina no próximo dia 14 de junho.
As obras que chegaram nesta quarta ao MON foram apreendidas na casa do suposto operador de propinas na Diretoria de Serviços da Petrobras, Milton Pascowitch – preso pela PF – e também do irmão dele, José Adolfo Pascowitch, que teve de cumprir mandado de condução coercitiva. Milton Pascowitch, é suspeito de atuar como operador do esquema para o PT e também para as empresas Engevix, UTC e GDK – que mantinham contratos com a Petrobras.
Estas, assim como outras obras pegas em fases anteriores da operação, ficarão sob a guarda do Museu Oscar Niemeyer até decisão definitiva da PF.
Com a chegada deste novo lote, o acervo de obras da Lava Jato abrigado no MON aumenta de 203 para 245.
Histórico
No ano passado, foram repassadas à Secretaria de Cultura do Paraná 16 obras de importantes artistas, a maioria brasileiros. Os quadros estavam na residência e no escritório da doleira Nelma Kodamo. A suspeita da PF é de que a compra das obras tenha servido para lavar dinheiro obtido irregularmente.
No início de fevereiro deste ano, o MON recebeu outras 48 obras de arte apreendidas na operação. O pacote inclui dois painéis do badalado artista brasileiro contemporâneo Vik Muniz, obras de Romero Britto, um painel do curitibano Sergio Ferro, além de cinco gravuras de Salvador Dalí e várias outras pinturas e fotografias de artistas conhecidos da cena brasileira.
Estas obras estavam no Rio de Janeiro, na mansão do empresário Zwi Skornick, que seria um dos operadores do esquema de propinas cobradas pela Petrobras.
Pouco mais de um mês depois, 139 novas obras foram encaminhadas para o museu. Destes, 131 foram recolhidos na casa do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Roberto Duque, que permanece detido em Curitiba. O restante do material foi apreendido na residência do empresário Adir Assad, preso sob a suspeita de ser um dos operadores do envio para o exterior de dinheiro originado de propinas que movimentaram o esquema de pagamento de propina.