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Frida Kahlo faz parte de mostra no Instituto Tomie Ohtake (SP). | Guillermo Kahlo (1871-1941)/Wikimedia Commons
Frida Kahlo faz parte de mostra no Instituto Tomie Ohtake (SP).| Foto: Guillermo Kahlo (1871-1941)/Wikimedia Commons

No Instituto Tomie Ohtake, falando sobre as obras de “Frida Kahlo – Conexões entre Mulheres Surrealistas no México”, a curadora Teresa Arcq afirma que o enfoque da exposição é “menos dramático”.

Sexualidade, repressão, intimidade, identidade feminina são questões muito presentes nas criações de Frida e das outras 15 artistas representadas na mostra em cartaz em São Paulo (SP).

A exposição, realizada com R$ 9,5 milhões, percorrerá outras duas cidades em 2016 – entre 2 de fevereiro e 27 de março, será apresentada na Caixa Cultural do Rio e, de 12 de abril a 12 de junho, na Caixa Cultural de Brasília. E, para continuar a falar em números, é importante destacar que estão reunidas no Brasil 30 obras de Frida, conjunto de 17 pinturas e 13 obras sobre papel – e desse total, 10 são autorretratos da pintora, seu gênero predileto e por meio do qual ela se tornou tão conhecida.

Sendo assim, os espectadores têm agora a oportunidade de ver destacadas obras da mexicana, como seu “Autorretrato com Macacos” ou “Diego en Mi Pensamiento”, ambos óleos de 1943; as naturezas-mortas “La Novia que se espanta al ver la vida abierta” e “Los Cocos” (1951); ou exemplares da única experiência de Frida com a litografia – criados em 1932, em Detroit, depois de ter sofrido um aborto, e baseados em livros de anatomia (curiosamente, diz-se que a artista tinha como primeiro desejo exercer a medicina).

O que já seria um grande feito é potencializado pela exibição também de trabalhos importantes (a maior parte deles, pictóricos) das outras surrealistas, como Leonora Carrington, Remedios Varo, Maria Izquierdo, Lola Álvarez Bravo, Alice Rahon, Kati Horna, Rosa Rolanda e Olga Costa (preste atenção em seu quadro “Corazón Egoísta”, de 1951).

Cada artista está bem representada na exposição, o que possibilita ao visitante reconhecer seus estilos e poéticas. Como afirma a historiadora Teresa Arcq, um dos fios condutores da mostra é a relação “direta ou indireta” de Frida com as artistas. Alice Rahon e Jacqueline Lamba (que foi mulher do poeta André Breton) foram, por exemplo, amantes da mexicana, casada com o pintor Diego Rivera.

Entretanto, essa é uma informação secundária porque o que importa são as questões trazidas nas peças e temas da coletiva.

A autorrepresentação feminina toca o fascínio pela cultura ancestral do México – e o exílio, em alguns casos –; e a relação das mulheres com o próprio corpo (para Frida, primordial). Outro destaque é a versatilidade e inquietude das criadoras representadas na exposição, que, conhece-se, tiveram experiências no teatro e na crítica de arte. Retratos fotográficos de Frida Kahlo, como os clicados por Nickolas Muray (também seu amante), permitem mais uma proximidade com a artista, assim como as recriações de seus vestidos e trajes típicos de seu país.

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