Há cinco anos, o artista visual e fotógrafo Guilherme Zawa deixou uma corretora de valores que montou com amigos para se dedicar totalmente à fotografia. Parecem coisas completamente distintas, mas os dois lados se complementaram: a vertente “administradora” o ajudou a perceber que faltam espaços em Curitiba para abrigar artistas de qualidade, mas que estão fora do esquema mainstream. A Galeria Airez, que ele inaugura nesta quinta-feira (30), tem a pretensão de preencher esta lacuna. A abertura, das 19h às 22 horas, terá discotecagem de jazz e a exposição “Abstrações Concretas”, com obras de Laura Avelar Fonseca, Gela Borges, Helena Leão, Marilda v.r e Rodrigo Ormond – a curadoria é do canadense Scott MacLeay.
Diretor do Curitiba Luz Imagem Fotografia (o CLIF), ele sentiu a demanda convivendo com profissionais de todo o país. “Comecei a ver que a arte nasce nos pequenos espaço. E a arte, para acontecer no Brasil, tem de ser inteligente. Não podemos depender somente dos espaços públicos, que são bons, mas envolvem um processo mais moroso para as coisas acontecerem”, salienta Zawa, que montou o espaço em uma garagem, anexo à Caminho do Chá, empreendimento da esposa Daniele Lieuthier. “Nossa proposta vem numa hora legal, de mostrar que tem gente que não está nos holofotes, mas está fazendo coisa boa”, complementa.
R. Emílio de Menezes, 91 – São Francisco, (41) 4063-5655. Inauguração quinta-feira (30), das 19h às 22 horas. Visitação: terça a domingo, das 12h às 21h. Entrada franca. A mostra fica em cartaz até 6 de setembro.
Outro interesse da galeria é dar importância não somente para a obra dos artistas, mas para todo o processo de produção – por isso, os oito profissionais representados (Kris Foltran, Suelen Pessoa, Sandra Arruda, Rodrigo Ormond, Fátima Lourenço, Gela Borges, Helena Leão e Ana Carolina Von Hertwig) trazem em seus trabalhos o conceito da Lens-Based Art: a arte começa na fotografia, mas se expande. E é esse método de feitura que importa. “Na arte, o processo vai do ponto A ao B, mas não sabemos exatamente onde é o B, nem como vai terminar. É um universo vivo, em mutação”, acredita Zawa.
O fotógrafo também se preocupou em escolher artistas que estão em criação constante – não o interessam fotógrafos que realizam imagens incríveis em uma viagem, mas não têm uma carreira consolidada. “Isso dá segurança para o investidor, mostra que é um artista sério, não um diletante. Queremos que a pessoa que compre um trabalho tenha uma relação com a obra de arte”.
Transmídia
Fora as mostras temporárias, a Airez também pretende ser multifunção, e quer abrigar bate-papos, residências artísticas, e trabalhos com transmídia – nesse tipo de obra de arte, o artista pode misturar vários elementos, como imagem, sons e textos, com o objetivo de interagir com o espectador. “Será um espaço liberado para acontecer o que for”, garante Zawa.
A entrada para a inauguração e visitação da exposição é gratuita. As obras dos artistas da Airez podem ser vistas e adquiridas pelo site da galeria.
Banco do PCC movimentou R$ 8 bilhões para financiar políticos e crime organizado
Bolsonaro se lança candidato e põe Michelle na disputa de 2026; assista ao Sem Rodeios
Venezuela acusa Brasil de “ingerência e grosseria” e convoca seu embaixador em Brasília
Moraes nega adiamento de audiência de réu do 8/1 com quadro psiquiátrico grave
Deixe sua opinião