“Jazz” é a primeira obra em que o francês utilizou a técnica de recorte como arte| Foto: Henri Matisse/Divulgação

A Caixa Cultural recebe, a partir dessa terça (12), a exposição “Henri Matisse – Jazz” em que estão expostas 20 colagens produzidas pelo artista francês para a série “Jazz”. O livro tem somente 250 exemplares pelo mundo e é considerada “obra-prima” por críticos e historiadores de arte, devido à utilização de técnicas de colagem como forma de arte. A exposição dos recortes fica em cartaz até 04 de setembro. A entrada é gratuita.

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“Jazz” não é um livro de história sobre o estilo de música norte-americano, entretanto reúne dezenas de ilustrações do que seria, depois de sua morte (em 1954), a última fase artística do pintor francês. A curadora da exposição, Anna Paola Baptista explica que a técnica au pochoir (papéis recortados) foi a solução para os problemas estéticos que Matisse encontrou na arte. “O problema havia sido solucionado e ‘Jazz’ era a harmonização perfeita entre cor e desenho”.

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Livro não fala sobre um tema específico e mudou de nome pouco antes de ser lançado 

Publicado em 1947, a obra começou despretensiosa e com outro nome: Circo. A ideia veio de um amigo grego de Matisse que o incentivou a reunir trabalhos da nova técnica desenvolvida por ele em um livro ilustrado. Até então, os recortes eram baseados em personagens de circo, mas Matisse não queria se limitar em uma temática. Reunindo texto sobre diversos temas como viagens, contos populares e sobre orquestras de jazz, a obra mudou de nome para expressar tudo o que o francês queria: modernidade e o ritmo da sua arte.

“O jazz, exportado pelos Estados Unidos, era o símbolo da cultura do novo mundo. Henri Matisse queria, justamente, essa modernidade e o ritmo eletrizante para seu novo trabalho”, afirma a curadora.

Dos 250 exemplares, a edição 196 é a que será exposta em Curitiba. Pertencente ao acervo do Museu Castro Maya, a edição será apresentada em quadros ao público que contatará com uma réplica do livro todo e com um cartaz original do lançamento do livro, no Rio de Janeiro, em 1947.