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Escultura fez parte da exposição ‘”Picasso sculpture”, no MoMA | KENA BETANCUR/AFP
Escultura fez parte da exposição ‘”Picasso sculpture”, no MoMA| Foto: KENA BETANCUR/AFP

A batalha judicial em Nova York por uma escultura de Picasso estimada em mais de US$ 100 milhões sofreu nova reviravolta, quando um negociante britânico exigiu do marchand americano Larry Gagosian que entregue a obra, da qual se considera proprietário.

Na sexta-feira, a empresa britânica Pelham Europe exigiu de um juiz federal a transferência da escultura “Buste de femme (Marie Thérèse)” e uma indenização de valor não especificado por perdas e danos. A Pelham Europe garante ter fechado um acordo de compra com uma filha de Picasso anterior a outro firmado com Gagosian.

A obra, de 1931, ficou em exibição até fevereiro passado no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) por ocasião da maior exposição dedicada a esculturas de Pablo Picasso em 50 anos. Atualmente, encontra-se em poder de Gagosian.

O marchand americano diz que comprou “Buste Femme (Marie Thérèse)” por mais de US$ 100 milhões da filha do artista Maya Widmaier-Picasso em maio de 2015 e que, em janeiro passado, recorreu à Justiça para ser reconhecido como seu único proprietário.

Fundada e dirigida por Guy Bennett, ex-especialista da casa de leilões Christie’s, a Pelham Europe afirmou ter concluído em novembro de 2014 um acordo de venda com Widmaier-Picasso de US$ 36,9 milhões.

A Pelham Europe teria pago US$ 6,5 milhões antes que a filha do artista anulasse a venda, em abril de 2015, e fizesse uma segunda transação pela obra em segredo, um mês mais tarde, com Gagosian.

Enquanto Gagosian aponta para uma cláusula do contrato com Pelham prevendo que a transação seria concluída apenas se todo o valor fosse pago, a empresa britânica considera ter os direitos da obra e já entrou na Justiça na Suíça e na França.

Pelham também denuncia que Gagosian tenha revendido a escultura pouco depois para León Black, empresário americano e colecionador de arte. A imprensa identificou Black como o comprador, em 2012, de uma das quatro versões da famosa pintura “O grito”, de Edvard Munch.

Em sua apresentação diante do juiz na sexta-feira, a Pelham exigiu que se ordene “uma declaração de que a Galeria Gagosian não é a proprietária da escultura e não tem uma prioridade de reivindicação em relação à Pelham”.

Pede ainda “uma sentença ordenando a transferência para a Pelham do título de propriedade da obra e a posse física da escultura”, além do pagamento de indenização e ressarcimento pelos gastos com advogado.

Antes do fim da mostra do MoMA em 7 de fevereiro, o juiz William H. Pauley III determinou a Gagosian que a escultura não poderia ser transferida de Nova York sem aviso prévio a Pelham de “pelo menos dez dias úteis”.

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