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O dramaturgo Naum Alves de Souza: revolução teatral | Jorge Woll/Gazeta do Povo
O dramaturgo Naum Alves de Souza: revolução teatral| Foto: Jorge Woll/Gazeta do Povo

O dramaturgo Naum Alves de Souza morreu neste sábado (09), em São Paulo, aos 73 anos. Nascido em Pirajuí (a 384 km de São Paulo), Naum mudou para a capital aos 18 anos e construiu uma carreira de homem de teatro, cinema, televisão, balé e ópera com múltiplos talentos. Foi diretor, autor, roteirista, cenógrafo, figurinista, artista plástico e criador de bonecos.

Também é reverenciado como formador de uma geração de artistas por meio do Pod Minoga Studio, um centro de pesquisas de linguagem cênica que virou fenômeno cultural na década de 1980, e onde ele começou sua trajetória ao lado de Carlos Moreno, Flávio de Souza e Mira Haar.

Segundo amigos, o artista estava internado na UTI de um hospital de São Paulo. Eles não souberam informar, no entanto, qual foi a doença que o levou à morte.

Entre os trabalhos mais marcantes de Naum estão a trilogia formada por “No Natal a Gente Vem Te Buscar”, “A Aurora da Minha Vida” e “Um Beijo, um Abraço, um Aperto de Mão”, em que se inspirou nos conflitos vividos devido a sua formação familiar conservadora; a peça “Suburbano Coração”, com músicas de Chico Buarque; a adaptação de poemas de Adélia Prado para a peça “Dona Doida”, estrelada por Fernanda Montenegro; cenários e figurinos para o show “Falso Brilhante”, de Elis Regina; cenografia, figurinos e direção artística de “Macunaíma”, com direção de Antunes Filho; e o boneco Garibaldo, de Vila Sésamo.

Amizade

Também trabalhou com artistas como Juca de Oliveira, Sérgio Britto, Cleyde Yáconis, Cristina Mutarelli e Iara Jamra. Com a atriz Marieta Severo, estabeleceu uma parceria artística e uma longa relação de amizade. O mesmo ocorreu com J.C. Viola, para quem criou espetáculos de dança considerados memoráveis.

A atriz Iara Jamra conheceu Naum quando tinha nove anos e foi aluna dele em um curso de artes. Depois, continuou acompanhando o trabalho do dramaturgo e encenou a peça “Big Loira”, ao lado de Cristina Mutarelli. Define o dramaturgo como um artista completo. Recentemente, reviu Naum em uma exposição de artes plásticas.

“Foi muito bom poder reencontrá-lo”, afirmou a atriz neste domingo.

Vários artistas usaram as redes sociais para lamentar a morte de Naum.

“Dedico meu dia a você, Phedra, e a você, Naum. Obrigada por cada sorriso que sorrimos juntos”, escreveu no Twitter o ator, diretor e dramaturgo Dionísio Neto, referindo-se também à morte da atriz cubana Phedra de Córdoba, vítima de câncer neste sábado aos 77 anos.

O ator Marcelo Médici lamentou o fato de as artes terem perdido Naum, Phedra e Flávio Guarnieri no período de uma semana.

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