Uma comissão de profissionais das artes, da ciência e da política, incluindo atores como o recém-oscarizado Mark Rylance, Emma Thompson e Mark Ruffalo, assinou uma carta exigindo que o British Museum abandone a parceria de 20 anos com a petroleira BP.
Segundo o jornal local “The Guardian”, a ação protesta contra o envolvimento da companhia e das demais empresas de combustíveis fósseis no aquecimento global.
“Conforme os impactos das mudanças climáticas são sentidos com mais força ao redor do mundo, é vital que instituições públicas proeminentes como o British Museum façam a sua parte em minimizar o dano ambiental de suas atividades”, roga o documento.
Em março,a petroleira e a Galeria Tate a encerrarem o criticado relacionamento de 26 anos. O foco então passou a ser a parceria da BP com suas demais beneficiárias, entre elas a National Portrait Gallery, a Royal Opera House e o British Museum, cujo contrato de cinco anos com a empresa garantiu patrocínio de £ 10 milhões (cerca de R$ 51 milhões) em 2011.
As instituições defendem com veemência a ajuda financeira da BP. “O que você quer que essas empresas façam com seus lucros? Quer que gastem de uma maneira que beneficie o público ou não?”, perguntou o diretor do British, Neil MacGregor, que chegou a descrever a petroleira como a melhor amiga do instituto.
Entre os quase cem signatários da carta endereçada ao museu também estão as escritores Margaret Atwood, Naomi Klein e Caryl Churchill, a estilista Vivienne Westwood e o físico Tom Kibble.
Para Jess Worth, uma das cabeças do movimento Art Not Oil (“Arte, Não Petróleo”, em tradução literal), a renovação do contrato arrasaria a reputação do museu em um mundo cada vez mais consciente do aquecimento global.
“Se ele se ater a outro contrato com a BP até 2020, ficará no lado errado da história. O mundo mudou e o museu precisa mudar com ele”, argumentou.
“Acho inacreditável o fato do British Museum promover uma empresa que não só extrai quantidades desastrosas de combustíveis fósseis, mas também faz lobby contra alternativas de energia renovável”, declarou Emma Thompson. “A BP patrocina nosso passado enquanto destrói nosso futuro.”
A carta de protesto chega em um momento de transição do British Museum, que recebe seu novo diretor, o alemão Hartwig Fischer, antes à frente da Dresden State Art Collections. Além do documento, as críticas ao patrocínio da BP invadiram a instituição em setembro do ano passado, quando manifestantes protestaram dentro do local.
A organização do British Museum respondeu às críticas em comunicado emitido no mesmo dia. “A BP é uma de nossas parceiras corporativas mais antigas, apoiando a instituição desde 1996. O British Museum é excepcionalmente grato a ela por seu apoio leal, que permitiu levar a cultura do mundo a uma audiência global por meio de exposições populares e seus programas associados”, declarou um porta-voz.
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