A tática adotada por alguns músicos brasileiros para chamar a atenção do público tem sido a de pegar embalo nos sucessos internacionais e criar versões deles em português.
A prática, segundo a lei, só pode ser realizada mediante pagamento prévio ao autor. Além disso, as letras, normalmente, têm pouca ou nenhuma identificação com a da canção original, mas há quem goste.
O cantor Gusttavo Lima fez uma versão para a música "Just Give me a Reason, da cantora Pink. Além de bombar nas rádios, ultrapassou a marca de 13 milhões de visualizações no YouTube. "Essa é uma música bem apaixonada, como a maior parte do meu novo projeto. A galera tem curtido, diz o artista.
Outro caso recente foi de Tony Salles. Com a batida de "Get Lucky, do Daft Punk, ele criou "Amor e Sorte, que já tem 400 mil visualizações no YouTube, mas vem recebendo críticas de internautas.
Já o Quarteto Eletrofunk se inspirou em "Wannabe, das Spice Girls. Letra pronta, a canção foi jogada na rede. "As pessoas têm falado mal por embalo. Olham as outras criticando e entram no clima. O importante é que já passou das 300 mil visualizações, diz a cantora DZ MC, do grupo.
O cantor Thiago Farra faz sucesso na web com versões de músicas eletrônicas e pop estrangeiras. Diferentemente dos colegas de trabalho, ele não cria novas letras em português. O desafio que ele encara é dar uma nova cara a cada canção: sempre em ritmo de arrocha. "Comecei publicando na internet algumas músicas gringas nesse ritmo. Tenho produções minhas, mas são as versões que repercutem mais. Entre os artistas que mudaram de gênero na voz de Farra estão Coldplay e Bruno Mars.
A dupla Lu & Robertinho já faz uma mistura de português e inglês. Em uma das canções, eles mesclam Rihanna com Jorge & Mateus.
Direitos autorais
De acordo com o advogado José Rezene, especialista em direitos autorais, a prática de adaptação de músicas estrangeiras para versões brasileiras só pode ser feita mediante pagamento prévio ao autor. Porém, ele afirma, isso quase nunca acontece no Brasil.
"Até por ignorância da lei, artistas se apropriam da melodia e criam outra letra em cima, achando que isso não tem problema. Mas tem, conta. De acordo com o advogado, a burocracia e a falta de provas desmotivam o autor das canções a entrar com processo. "Além disso, a repercussão negativa que uma ação judicial desse porte acarreta é tão grande que, muitas vezes, o autor deixa isso passar.
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