• Carregando...
Slideshow | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Slideshow| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Novo projeto de Ian MacKaey hoje no 92

Possivelmente o nome mais importante da cena hardcore punk de Washington D.C., o músico Ian MacKaey traz um currículo extenso em sua bagagem: foi fundador e integrante de bandas como Minor Threat (pilar sonoro do movimento straight edge), Embrace (precussora do chamado gênero emo, termo que na época não significava algo pejorativo como hoje em dia) e Fugazi (dedicada a experimentações pós-rock); além de ser o dono do selo Dischord Records.

O duo The Evens, mais recente empreitada de MacKaye, feita em parceria com sua mulher Amy Farina, traz hoje a Curitiba o show de sua turnê brasileira, que já passou por Porto Alegre, Recife e São Paulo, e ainda segue para Londrina e Rio de Janeiro. A apresentação acontece na nova sede do 92 Graus (R. Benvindo Valente, 280), pontualmente às 20 horas.

Definida pela dupla como hard-folk, a sonoridade do projeto, criado em 2001, é calcada em canções básicas e melódicas, bem diferentes do que MacKaey vinha fazendo até então. No palco o casal divide os vocais, enquanto ele toca guitarra barítono e ela comanda as baquetas. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 15 (antecipados). Informações pelo telefone (41) 3308-2792.

Chegar a um consenso sobre o que é punk rock hoje em dia não é tarefa das mais simples. Há os mais sudosistas que logo remetem ao início do movimento propriamente dito no final dos anos 70 e às formações comumente mais conhecidas, como Ramones, Sex Pitsols e The Clash.

Há, também, os que encontram seu verdadeiro sentido no desdobramento da filosofia "do it yourself", nos anos 80, época marcada pelo surgimento do subgênero hardcore punk (de canções mais rápidas e pesadas), e seus expoentes Black Flag, Minor Threat, Bad Brains e Dead Kennedys, oriundos da cena de Washington D.C. (com exceção da última citada, surgida na Califórnia). Já as mais novas gerações conheceram o punk através de grupos que não viam contradição nenhuma em associar o estilo musical ao maisntream, como Green Day, Bad Religion e The Offspring, ou mesmo a partir de novas sonoridades criadas sob preceitos punks de formações como Sonic Youth, Pixies e Nirvana.

Dois exemplos de que a música punk não só vai muito além de qualquer uma das definições acima, mas que ainda hoje é inspiradora de novas interpretações, poderão ser conferidos na noite de hoje durante as apresentações de dois grupos norte-americanos de sonoridades bastante distintas, mas que possuem em comum o punk em suas raízes: Pennywise e The Evens (leia mais sobre este último no quadro).

Considerado um dos principais nomes do do revival do punk rock nos anos 90 – somando a simplicidade dos arranjos e acordes das bandas punk setentistas, à rapidez do hardcore dos anos 80 e à energia e senso de humor do chamado skate-punk – o quarteto californiano Pennywise, inicia hoje, no Curitiba Master Hall, sua segunda turnê brasileira, desta vez, divulgando seu oitavo álbum de estúdio, The Fuse, lançado em 2005.

Formada em 1988, a banda de Jim Lindberg (vocal), Fletcher Dragge (guitarra), Randy Bradbury (baixo) e Byron McKin (bateria), ao lado da conterrânea NOFX (que esteve em Curitiba em outubro do ano passado), é uma das poucas que não chegou a ceder às pressões das grande gravadoras que apostaram no potencial mercadológico do punk rock/hardcore em meados da década de 1990 – ao contrário da safra liderada pelo Green Day na época. Mesmo após ter enfrentado o suicídio do baixista e fundador da banda Jason Thirsk, em 1996, o Pennywise (assim como o NOFX) continuou a ser cultuado por fãs de todo o mundo. Mas, os fãs mais antigos da banda não precisam ficar preocupados: o show de logo mais não contará apenas com músicas do novo álbum, mas, de acordo com o vocalista, fará um passeio pelas quase duas décadas de atividades do quarteto."Vamos tocar canções de todos os nossos trabalhos. Talvez duas do último disco, duas de cada um dos outros álbuns e possivelmente alguns covers. Gostamos de misturar bastante o repertório porque quando conversamos com nossos fãs percebemos que a preferência deles em relação aos nossos discos varia bastante", explica Lindberg, em entrevista ao Caderno G.

Ainda fiéis à proposta sonora inaugurada com o álbum Pennywise (1991), porém assumindo uma postura mais política nas letras – as canções de The Fuse trazem críticas à guerra e à sociedade tenológica – a banda conta com fãs que vão dos 40 aos 10 anos de idade, fato atribuído pelo vocalista à eterna adolescência de seus integrantes. "Nós e os caras do NOFX somos bastante imaturos, nunca vamos nos tornar adultos. Agimos da mesma maneira que agíamos quando éramos adolescentes – nos vestimos do mesmo jeito, continuamos fazendo as mesmas coisas estúdidas e agindo como idiotas. Acho que é por isso que atraímos pessoas de diferentes gerações. Nossa música tem um espítito jovem", finaliza o vocalista, entre risos.

Serviço: Show com Pennywise (EUA). Curitiba Master Hall (R. Itajubá, 123). Hoje, às 22 horas. Ingressos a R$ 120 e R$ 60 (estudantes e doadores de um quilo de alimento não-perecível). O canhoto do convite vale como bônus de R$ 10 na compra de um ingresso para o show da banda Bad Religion, que acontece no mesmo local, no dia 13 de abril. Mais informações pelo telefone (41) 3248-1001.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]