Objeto bidimensional do mineiro Jorge Luiz Fonseca “conversa” com peças de tecido de outros artistas| Foto: Divulgação

Outros espaços

Outras exposições abriram recentemente na cidade. Confira:

Pesca da tainha

O ritual da pesca da tainha na Ilha do Mel, que acontece anualmente, entre meados de maio e julho, é tema da exposição fotográfica Pescadores de Tainha na Ilha do Mel, de Leonardo Régnier, em cartaz no Museu Oscar Niemeyer (MON). A exposição conta com 42 imagens em preto e branco, além da exibição de um documentário de Túlio Viaro, parceiro do fotógrafo no projeto.

Serendipe O mais novo espaço de arte da cidade, a Serendipe Galeria de Arte (Al. Prudente de Moraes, 1.069), exibe em seus 45m² 32 obras de artistas de várias gerações como Rafael Campagnaro, Pierre Lupalu, Mário de Alencar, Constance Pinheiro, José Antônio de Li­­ma, Ricardo Humberto e Selma Nasser, entre outros.

Duplos

A mostra que dá continuidade ao projeto O Espelho e Seu Duplo, do grupo Sala, chega ao fim no dia 16 na Universidade Positivo, na sala de eventos do prédio de Pós-Graduação e Extensão. Com curadoria de Izabella Zanchi, a mostra conta com obras de José Roberto da Silva, Dalton Reynaud, Fábio Follador, Lahir Ramos, Julcimarley Totti, Nelson Hohmann, Maria Lucia de Julio e Valério Cicqueira.

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Rostos em gessos: obra de Alice Yamamura revela as múltiplas facetas da arte paranaense
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De um lado, um retrato das décadas de 30 e 40 de artistas como Waldemar Curt Freyesleben (1899-1970) e Teodoro de Bona (1904-1990). Na parede oposta, uma série de fotografias de pessoas clicadas de costas pelo fotógrafo contemporâneo Daniel Katz. Estas são algumas das múltiplas facetas do acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC), reveladas em uma exposição que abre hoje, a partir das 10 horas, ocupando todo espaço expositivo do museu.

Múltiplas Facetas é o nome dessa que é a primeira mostra do ano do museu após a moratória de 90 dias decretada pelo governador Beto Richa. Mas não foi só por falta de orçamento que a nova diretora do espaço, Lenora Pedroso, optou por trazer ao público parte do acervo de 1.557 obras. "Dar visibilidade ao acervo é a verdadeira missão de um museu. Nosso projeto para o futuro é fazer com que ele seja amplamente mostrado e analisado, discutido", diz ela, que já prevê outra exposição de acervo, ainda sem um recorte definido, desta vez, com a colaboração de um ou mais curadores, "para que se possa discutir, analisar e perceber o acervo de um ponto de vista mais problematizado".

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Ao exibir 64 obras de artistas nacionais e estrangeiros de diversos períodos, que trabalham com as mais variadas técnicas e linguagens, a intenção é estimular o espectador a vislumbrar novos sentidos e relações no vasto universo da arte. "As pessoas certamente terão obras com as quais criem identificações e se emocionem", diz a diretora.

Além dos retratos – entre os quais também figuram 40 máscaras com gesso de rostos de artistas paranaenses desenvolvidas pela ceramista Alice Yamamura (1954-2008) durante uma residência artística em Faxinal do Céu, em 2002 –, as demais telas, objetos, gravuras e esculturas também dialogam entre si. "Uma obra puxa a outra", diz Lenora. "A intenção é fazer com que, diante de obras mais tradicionais ou contemporâneas, as pessoas possam fazer sua própria análise", diz.

Entre os objetos, está a obra "O Olho Que Tudo Vê" (1996, na foto), do mineiro Jorge Luiz Fonseca, premiado no 53.º Salão Paranaense, feita com tecido e fio sobre lona. "O material também é utilizado pelos artistas paranaenses José Antonio de Lima e Bernadete Amorim", diz ela, para provar que há, de fato, muita "conversa" entre as obras.

Aquisição

São obras, em sua maioria, adquiridas pelo museu após terem recebido o prêmio aquisição do Salão Paranaense, criado em 1944. "Isso nos possibilitou um acervo bem amplo", diz Lenora. Mas há, ainda, doações feitas pelos familiares de artistas como o polonês Anatol Wladislaw (Varsóvia, 1913 – São Paulo, 2004). O MAC já possuía "Prenúncio", óleo sobre tela de 1960, adquirido após a participação do artista no 2.º Salão Anual de Curitiba, em 1961. "Por isso, quando ele morreu, a viúva escolheu o museu como um dos espaços do país que receberia um lote de obras. Agora, temos telas de diversos períodos do artista", conta a diretora.

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A diversidade exposta em Múltiplas Faces contempla artistas de diferentes países como Alemanha, Líbano, Itália, China, Polônia e Hungria e de estados do Brasil como Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo e Pernambuco.

Serviço:

Múltiplas Faces. Museu de Arte Contemporânea do Paraná (R. Des. Westphalen, 16), (41) 3323-5328. Abertura, hoje às 10 horas. De terça a sexta-feira, das 10 às 19 horas, e sábado e domingo, das 10 às 16 horas. Até 24 de julho. Agendamento de visitas mediadas podem ser feitas pelo telefone (41) 3323-5265.