O maior astro
Will Smith é hoje o maior astro negro de Hollywood. E ele está de volta com Sete Vidas. Distribuidores e exibidores já começam a comemorar, por antecipação. Mas por que a classificação restritiva? Hollywood, em décadas mais recentes, sempre teve grandes astros afro-americanos, até como resultado das lutas por direitos civis dos anos 1960, que pavimentaram o caminho de Barack Obama para a presidência dos EUA.
Você lembra de À Procura da Felicidade (2006), com Will Smith? Aquele em que o ator vive com o seu filho de verdade (Christopher Smith) um dramalhão para conseguir sobreviver, arranjar um teto, estudar e provar que é um profissional surpreendente... Pois bem, desta vez, o diretor Gabriele Muccino repete a escolha do protagonista para o seu filme da vez e aproveita para fazer o rapaz sofrer mais um pouco. Basta olhar para a cara de Will Smith na primeira cena de Sete Vidas, que acaba de estrear nas salas de cinema da cidade. Ele está bem mais magro, abatido, com um olhar perdido, coitado. Mérito absoluto do ator. O papel requer cada um daqueles sorrisos de canto de boca, lágrimas contidas, transpiração abundante e costelas aparentes acredite, elas realmente aparecem no filme.
Ao contrário do papel em À Procura da Felicidade, em Sete Vidas você não consegue saber de cara quem é o personagem de Will Smith. O roteiro propositalmente não dá grandes pistas. Pelo jeitão perturbado e pelo estranho pacto que ele mantém com o amigo Dan (Barry Pepper), dá para supor que alguma culpa no cartório ele tem. A sinopse sinaliza com um norte: para fugir de uma culpa do passado, um homem ajuda pessoas desconhecidas a mudar suas vidas.
O homem é o Ben Thomas de Smith um fiscal da Receita Federal que está mais interessado em esmiuçar a vida de algumas pessoas e escolher suas vítimas, do que em receber os pagamentos em atraso com o Leão.
Insultos
Ele tem uma lista de sete pessoas e as submete a testes. Sobre o operador de telemarketing cego (Woody Harrelson), despeja insultos cruéis à espera de uma reação. A tipógrafa Emily Posa (Rosario Dawson), que sofre de insuficiência cardíaca congênita e deve US$ 56 mil ao fisco, ele segue no hospital, fuça para descobrir se ela mantém alguma renda não declarada, até cair de amores por ela.
O fiscal demonstra especial interesse quando seus devedores são pessoas boas. Porque quando não o são, ele não perdoa. Que o diga o diretor de uma clínica de idosos que andava maltratando uma interna...
Suspense
Os estúdios Sony/Columbia optaram desde o início por guardar a sete chaves o longa-metragem, a fim de evitar vazamentos sobre a complexa trama que já está sendo comparada à do filme O Sexto Sentido (1999), de M. Night Shyamalan. Sete Vidas é um longo flashback que remonta até a primeira cena, uma ligação telefônica em que o protagonista anuncia seu suicídio à polícia.
Portanto, é bom se preparar porque o filme é feito para chorar. Talvez isso seja meio chato. Choro programado é sempre chato. Mas suas lágrimas serão bem empregadas. A história é boa, o ator idem e você torce para que ele, no final, leve um Oscar. E muito provavelmente isso está nos planos da equipe toda: arrancar lágrimas e Oscars da Academia.
O personagem merece um afago depois de tanto sofrimento e o ator também. Will Smith é competente demais para que você não acredite (ou não se envolva).
Pelos filmes que fez com Smith, o diretor romano Gabriele Muccino já foi comparado com algum exagero a Frank Capra (1897-1991), cineasta de clássicos como A Felicidade Não Se Compra (1946), com James Stewart no papel de um sujeito que deseja se matar, mas recebe a visita de anjos que mostram como seria a vida de sua cidade caso ele morresse.
Esquerda tenta reconexão com trabalhador ao propor fim da escala 6×1
Jornada 6×1: o debate sobre o tema na política e nas redes sociais
PT apresenta novo “PL da Censura” para regular redes após crescimento da direita nas urnas
Janjapalooza terá apoio de estatais e “cachês simbólicos” devem somar R$ 900 mil
Deixe sua opinião