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O criador do personagem Asterix, Albert Uderzo, é acusado pela própria filha de render-se a interesses comerciais | Divulgação
O criador do personagem Asterix, Albert Uderzo, é acusado pela própria filha de render-se a interesses comerciais| Foto: Divulgação

Asterix pode ainda estar combatendo invasores romanos em suas aventuras em quadrinhos que já venderam milhões de cópias em todo o mundo, mas o autor das histórias sobre o corajoso gaulês está sendo acusado de render-se -- a interesses comerciais.

E a pessoa que o acusa não é nenhum romano, e sim a própria filha de Albert Uderzo.

Uderzo, 81 anos, o ilustrador que criou Asterix em 1959 em parceria com o falecido escritor René Goscinny, vendeu sua participação na editora dos livros de Asterix em dezembro. Os novos proprietários disseram na semana passada que ele os autorizou a continuar a série após sua morte.

Sua filha, Sylvie Uderzo, disse na quarta-feira que a decisão trai o espírito de Asterix, o guerreiro diminuto que defende seu povo contra multidões de romanos desafortunados com a ajuda da poção mágica do druida Panoramix, que confere força sobre-humana a quem a toma.

"Estou entrando em resistência contra aqueles que talvez sejam os piores inimigos de Asterix: os homens das finanças e da indústria", escreveu Sylvie Uderzo numa coluna publicada pelo jornal Le Monde.

"É como se os portões do vilarejo gaulês tivessem sido abertos para a entrada do Império Romano", disse ela.

Para Sylvie Uderzo, o vilarejo assediado é a Editions Albert Rene, editora de Asterix, da qual ela é dona de 40 por cento. O império em questão é a editora gigante Hachette Livre, que comprou os outros 60 por cento de seu pai e da filha de Goscinny.

Não foi possível obter declarações de Albert Uderzo, que raramente fala em público. Porta-vozes da Editions Albert Rene e da Hachette Livre, uma unidade do grupo Lagardere (que abrange desde editoras até o setor aeroespacial), não fizeram comentários imediatos.

Sylvie Uderzo disse que seu receio é que quaisquer novas histórias sobre Asterix escritas sem a contribuição de seu pai serão de má qualidade. Mas os interesses em jogo para ela também são comerciais.

A série é um dos maiores sucessos da história editorial da França, com 33 álbuns de quadrinhos que já venderam 325 milhões de cópias em todo o mundo, em 107 línguas e dialetos, segundo a Editions Albert Rene.

Também há uma franquia abrangendo produtos ligados a Asterix, um parque temático nos arredores de Paris e oito filmes.

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