Pré-estréia sul-americana e ator brasileiro no elenco. A festa de "300 de Esparta" era para ser de Rodrigo Santoro, certo? Não foi bem assim... O protagonista do épico baseado na HQ de Frank Miller, Gerard Butler, foi a estrela da noite. Para surpresa de todos e do próprio ator escocês.Aos 35 anos e filmes de pouco sucesso no Brasil - como "Drácula 2000", "Reino do fogo" e "O fantasma da ópera" - o rei Leônidas arrastou fãs de todo o país para o tapete vermelho realizado na noite desta segunda-feira, no Cine Odeon, centro do Rio de Janeiro.
- Gerard está com sorriso daqui até aqui - disse Santoro apontando para suas bochechas. - É assim no mundo todo. Ele tem muitos fãs. É o cara.
Por causa do "cara", fãs vieram de Recife, São Paulo e todos os cantos do Rio de Janeiro. Revistas com capas de Gerard Butler em mãos à espera de um autógrafo, a assistente administrativa Patrícia Soares "matou o trabalho" e mentiu para a mãe. Tudo pelo ator.
Mas... e Santoro?
- Estamos aqui por causa do Gerard - respondeu Patrícia para, em seguida, prestigiar o brasileiro em vão. - Mas ficamos contente com Rodrigo também. Ele merece.
Perguntada sobre as constantes comparações entre Butler e o ator Russel Crowe ("Gladiador"), a paulista Letícia Fiúza, de 30 anos, rebateu: "Gerard é melhor, mais esforçado. É canastrão também, mas nem tanto". Fã e orkuteira da comunidade de Butler na internet - e foi assim que todos souberam da pré-estréia no Rio -, ela "quase" comove a repórter com a história de vida do escocês.
- Ele se envolveu com drogas, tentou suicídio... Tem um história de vida de batalha.A fã se referia ao passado turbulento do ator. Butler perdeu o pai cedo, com quem não teve nenhuma relação até os 16 anos. Estudou direito em Edimburgo, mas logo que conseguiu emprego em um escritório de advocacia foi demitido. Aos 24 anos, com a morte do pai e desempregado, começou a beber, usar drogas e pensar em suicídio. Foi várias vezes preso. E, depois de uma noite na cela, quis se jogar de um barco.
Mas Butler não está no Brasil para comentar esse passado tão contrastante com seu atual momento. Candidato a astro da vez em Hollywood, surpreendeu-se com a receptividade no Brasil.
- Não esperava isso tudo. Todas as pré-estréias que faço pelo mundo têm gente de vários lugares. Mas estou achando isso aqui muito louco. O que são essas pessoas gritando? - disse Butler, muito simpaticamente falando aO GLOBO ONLINE, sobre os berros das fãs na entrada e gritos de um grupo de adoradores de HQs que não paravam de entoar "Esparta! Esparta!".
Foi quando Santoro tentou dar um basta. "E Xerxes?", perguntou ele para logo em seguida ouvir dos "crazy people" (como chamou Butler) o nome de seu personagem persa.
E se as fãs de Butler soubessem que o ator ficou chegou sem roupa ao Brasil teriam partido para o Copacabana Palace, onde está hospedado até esta terça-feira. "Tenho um talk-show para gravar nos Estados Unidos", explicou ele. O Leônidas de "300", assim como os atores, produtores e o diretor do filme, Zack Snyder, teve suas malas extraviadas em vôo de Londres para Nova York. Vestido durante a entrevista no hotel de jeans e blusas presenteadas pela loja Osklen, a qual agradeceu nas entrevistas de divulgação da produção, o astro falou de sua surpresa com os resultados comerciais da produção - US$ 129,1 milhões acumulados em duas semanas.
- Ninguém imaginava que um projeto tão diferente na forma seria tão bem-sucedido nas bilheterias - disse o ator, cotado para viver o herói Snake Plissken em "Fuga de Nova York". - Será uma honra para mim se esse projeto sair. Kurt Russell (o Snake Plissken original) é um dos meus atores favoritos.
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