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Músico se apresenta no dia 15 de fevereiro em Rio Negrinho (SC) durante o festival Psicodália | Divulgação
Músico se apresenta no dia 15 de fevereiro em Rio Negrinho (SC) durante o festival Psicodália| Foto: Divulgação

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Psicodália 2015

De 13 a 18 de fevereiro. Fazenda Evaristo (R. Pedro Stoeberl, s/n.º, bairro Rio dos Bugres), Rio Negrinho (SC), a 120 km de Curitiba. Ingressos a R$ 390.

Jards Macalé aprendeu a nadar contra a correntes. Desde que surgiu gritando "cuidado" no Festival Internacional da Canção de 1969 (defendendo "Gothan City", sua parceria com Torquato Neto), o artista sabe que, quase sempre que se fala de seu trabalho, seu nome é precedido de adjetivos como "irrequieto", "provocador", "maldito".

Personagem fundamental da música brasileira nestas quase cinco décadas, Jards Macalé é uma das atrações do Psicodália 2015, festival que acontece de 13 a 18 de fevereiro, durante o Carnaval, em Rio Negrinho (SC). Macalé vai tocar no domingo, dia 15.

Em entrevista por e-mail à Gazeta do Povo, Macalé acredita que agora, aos 71 anos, conseguiu enfim livrar-se destas pechas.

Depois de "desaparecer" na década de 1980, Macalé foi redescoberto nos anos seguintes, quando sua música "Vapor Barato", escrita em parceria com Wally Salomão, usada na trilha do filme Terra Estrangeira, dirigido por Walter Salles em 1996, e regravada por O Rappa no ano seguinte.

Hoje é tratado como um dos grandes mestres da música brasileira, referência para as últimas duas gerações de compositores. "É a sensação de que tento cumprir o dom que me foi dado de fazer música e de ser reconhecido", avalia. Um reconhecimento, no entanto, que ainda não chegou nos seus contratos. "Se estou sendo melhor pago? Nem tanto", diverte-se.

Compositor, intérprete, violonista, produtor e diretor musical, orquestrador e ator. O currículo de Macalé é prolífico. Produziu discos de Caetano e Egberto Gismonti. Foi parceiro de Moreira da Silva e Erik Satie. Compôs para espetáculos de José Celso Martinez Corrêa.

Nos últimos tempos, parece estar fazendo as pazes com a própria história. Foi objeto de documentário, homenagens, fez show comemorativo de seus 70 anos, relançou suas grandes canções. Ele conta que os planos para o futuro são os mesmo que ele tinha quando começou. "Continuar fazendo música, compondo, cantando, tocando meu instrumento. E a olhar para a frente", disse.

Tocando atualmente com uma banda de músicos cuja idade média de idade é 22 anos, Macalé também tem feito parcerias com autores e "projetos" da nova geração, como Tato Taborda e Vulgue Tostoi.

"Gosto de coisas que estão sendo feitas por aí porque trazem novidade e estão em processo de experimentação", ensina.

Macalé não arrisca prever que destino deve esperar a música brasileira no tempo da derrocada da indústria fonográfica, mas diz que quer acompanhar de perto este caminho. "Para onde andará não tenho ideia. O fato é que a criação está se movendo em todas as direções de forma independente. Vários compositores e bandas estão produzindo novas concepções em novas linguagens", ressalta.

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