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Mônica Placha (ao fundo) com uma aluna que está aprendendo a dublar | Felipe Rosa/Gazeta do Povo
Mônica Placha (ao fundo) com uma aluna que está aprendendo a dublar| Foto: Felipe Rosa/Gazeta do Povo

Serviço

Escola de Dublagem Curitiba

Rua Reinaldino S. de Quadros, 1.512 – Cristo Rei, (41) 3071-0593. http://dublagemcuritiba.com.br.

Apesar de os cerca de mil dubladores brasileiros se concentrarem no Rio de Janeiro e em São Paulo, atores de outros estados começam a investir nessa técnica, em busca de um lugar no mercado crescente.

As investidas incluem um núcleo que vem surgido em Belo Horizonte, e, em Curitiba, o que parece ser a única escola de capacitação nesta arte fora do "eixo".

VÍDEO: Assista a visita à Escola de Dublagem Curitiba

"O mercado está muito aquecido devido aos canais por assinatura, que dublam os programas mesmo que seja uma segunda opção para o assinante", salienta o ator, dublador e presidente do Conselho de Ética do Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão (Sated) de São Paulo, Ricardo Vasconcelos.

A proprietária da Escola de Dublagem Curitiba, Mônica Placha, acrescenta que muitas empresas também requisitam vozes para dublar vídeos institucionais recebidos das matrizes – único mercado local por enquanto, já que aqui não há estúdios exclusivos para dublagem de programas de entretenimento, todos concentrados no eixo. Lá, segundo ela, faltam vozes infantis e da terceira idade.

O que sobram são jovens atores talentosos tentando "furar" o bloqueio de um mercado que é bastante consolidado – como o curitibano Dimas Bueno.

"As mesmas 300 vozes se alternam na dublagem brasileira desde os anos 70", afirma. Até porque, quando um ator dubla várias vezes determinado artista estrangeiro, sua voz "gruda" naquela figura e fica difícil fazer uma substituição. Aconteceu isso após a morte, em 2006, de Newton da Matta, que fez a voz de Bruce Willis em diversos longas. "Foi difícil achar outro, tentaram com dois ou três dubladores diferentes", revela Vasconcelos.

Como funciona

Quem entra numa escola como a de Mônica passa por três etapas. Primeiro, aprende a técnica fundamental da dublagem, que é a sincronização dos lábios (seguir as "batidas labiais" do original, no que é chamado de "lip sync"). Para encaixar palavras em português numa gravação cuja língua original é outra, é preciso prolongar algumas sílabas e atrasar outras – você já tinha se perguntado por que alguma dublagens soam afetadas? Pois é, esse é um árduo exercício.

No primeiro módulo, que dura uma semana, com 15 horas de aula, o aluno aprende apenas a dublagem de vídeos em inglês.

Em seguida, durante duas semanas, ataca outros idiomas e corrige questões como sotaque, dicção e maneirismos. Tudo isso em equipe.

Apenas na terceira etapa, com uma aula individual, é que o aluno simula uma situação profissional, entrando sozinho no estúdio e saindo dele com um portfólio para poder oferecer sua voz.

Desde que abriu a escola, em 2009, Mônica já treinou 340 pessoas. "Os adolescentes, por exemplo, falam muito rápido. Preciso ensinar a terminar uma palavra para começar outra", conta. O aluno de mais idade tem 76 anos. "É uma atividade que acelera a capacidade das sinapses. Dizem que é melhor que palavra-cruzada."

Para ser contratado para um trabalho de dublagem é necessário ter registro de ator. O piso do pagamento para dubladores em São Paulo é de R$ 83,40 a primeira hora, e o sindicato exige que o profissional faça, no máximo, 20 anéis (agrupamentos de 20 segundos de vídeo) por hora.

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Cultura e Lazer | 3:45

Emprestar a voz a atores e personagens exige controle de dicção, ritmo e interpretação. Para a professora Mônica Placha, qualquer um que tenha desejo de aprender e disposição para praticar pode aventurar-se nesta modalidade de arte cênica.

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