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"A vida é dura!" "Pois é." "Faz tempo que não chove". "É." Diálogos vazios como esses são corriqueiros no dia-a-dia das relações sociais, marcadas muitas vezes pela superficialidade. Para escapar desses clichês, duas mulheres que não se conhecem abandonam uma festa de casamento em um clube de interior decadente e, por coincidência, encontram-se à beira da piscina. Seus nomes são Uma e Outra, uma brincadeira da autora Pagu Leal para frisar as diferenças entre elas. É dela o texto da peça "Foi Como se Fosse", que estréia nesta quinta-feira (31), às 21 horas, no Guairinha.

Uma é dona-de-casa, com três filhos e um casamento infeliz. Outra é cientista, insatisfeita com os resultados do trabalho a que dedicou toda a sua vida. O texto foi escrito especialmente para as atrizes Dayres de Conto e Carla Rodrigues, a partir de uma pesquisa sobre o auto-engano. A grande pergunta é: o que fazer quando a certa altura da vida descobre-se que as escolhas estão erradas?

O diálogo entre as duas personagens propõe uma reflexão sobre essa crise que acomete homens e mulheres beirando os 40 anos. No final da peça, cada personagem segue seu rumo e o público fica sem saber se o encontro inesperado entre elas serviu para transformar suas vidas. Essa indefinição aproxima a narrativa da vida real. Afinal, às vezes só anos mais tarde é que nos damos conta das mudanças trazidas por um desconhecido ou por um acontecimento de um dia aparentemente comum.

Confira a programação dos teatros

Serviço:Foi Como se Fosse. De quinta a sábado, às 21 horas, e domingos, às 19 horas. Guairinha (Rua XV de Novembro, s/n.º) Tel.: 3315-0979. R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia). Até 24 de setembro.

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