Energia foi o que não faltou na noite de quarta-feira (22) para a canadense de 20 anos que levou mais de dez mil crianças, adolescentes e adultos ao Ginásio do Gigantinho, em Porto Alegre. Abrindo a turnê brasileira de seu segundo álbum, "Under my skin", que compreende ainda shows em Curitiba (sexta-feira, na Pedreira Paulo Leminski), Rio (sábado, na Apoteose), e São Paulo (domingo, no Pacaembu), Avril Lavigne fez uma hora de show pulando sem parar, e não pareceu cansada nem quando precisou superar as vozes dos fãs que cantavam (e urravam), junto com ela, a última canção do show, "Complicated".
Avril escolheu os dois maiores hits do seu primeiro disco, "Let go", para começar e terminar seu show. "Sk8er boi" foi a primeira. A loirinha franzina de menos de 1m60cm entrou correndo no palco e, em questão de segundos, já não se ouvia a voz dela. A gritaria foi generalizada. Ao longo do show, a platéia foi se acostumando a cantar junto. E, em canções como "Together" e "Forgotten", na qual Avril tomou conta do palco sozinha, sentada num piano de cauda, o público conseguiu prestar atenção também no lado instrumentista da cantora.
Ninguém pode dizer que Avril não se diverte no palco. Nem que a moça é daqueles artistas fabricados pela gravadora. A naturalidade com a qual ela canta, toca, dança e responde a jornalistas prova isso. Ao ser perguntada sobre sua maior influência, brinca: "Britney Spears... Olha, eu estava brincando. Não tem ninguém em quem eu tenha me inspirado". Sua admiração por bandas como Blink 182 fica clara durante o show. Avril incluiu no repertório "All the small things", da banda. "Song #2", do Blur, abriu o bis e foi cantada por um de seus guitarristas, enquanto a estrela da noite acompanhava na bateria.
"Eu gosto dos Rolling Stones e do AC/DC, mas não posso colocar músicas deles no meu show porque meu público não os conhece. Por isso escolhi duas músicas de duas bandas atuais que gosto", conta Avril, antes do show.
Dá para perceber, observando seu estilo de se vestir e também o de se apresentar no palco. Com uma guitarra quadriculada e com caveiras estampadas nas laterais e na correia, Avril se alterna entre agachamentos no palco e levantamentos de microfone (oferecendo ao público) em cima de um cubo. Aliás, esse é o único momento em que ela parece maior do que é. Seu camarim é decorado com bolas de espelhos (aquelas típicas da discotheque dos anos 70) e com ampliações de histórias em quadrinhos. E se alguém fica com pena porque cada passo é controlado por empresários e seguranças, Avril explica:
"Eu me divirto muito com o que faço. Já viajei muito e conheci novos lugares. Tive que amadurecer rápido demais, mas eu gosto disso tudo", diz, sem deixar mau exemplo: "Parei de estudar para me dedicar à música e não me arrependo. Não quero ser um exemplo para os outros. Acho que todos têm que estudar porque nem todos têm a oportunidade que eu tive de fazer sucesso cedo".
E pelo visto ela gosta mesmo de viajar. Avril contou que estava curiosa sobre o Brasil. Apesar de nunca ter escutado falar em Porto Alegre, procurou saber mais sobre o Rio de Janeiro. Na cidade maravilhosa, a cantora passará menos de 24 horas (chega na tarde de sábado e vai embora no domingo de manhã), mas também apresentará hits do novo álbum como "He wasn't" e "Take me away".
"Me falaram que a cidade é muito alegre e que as pessoas querem se divertir bastante por lá. Disseram também que o Rio tem praias lindas, mas que essa não é uma boa época para visitá-las".
Do país, ela levará uma ótima lembrança: três discos de platina, pelas vendas de "Let go", "Under my skin" e do DVD "My world". Com a garantia de que não faz mais mais pose de rockstar e deixa marcas por hotéis e bares por onde passa ("Já me diverti no passado, mas não faço mais bagunça", diz), Avril avisa que em breve já estará trabalhando em um novo disco.
"Não consigo parar. Estou fazendo essa turnê e já quero começar a compor para o próximo disco. Já me sinto inspirada", adianta.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”