Integrantes
Nina BeckerTalma de FreitasRodrigo AmaranteMoreno VelosoNelson JacobinaBartoloPedro SáRubinho JacobinaBerna CeppasKassinDomenicoStephane San JuanCesar Farias "Bodão"Leo MonteiroWilson das NevesMax SetteFelipe PinaudMauro ZachariasBidu Cordeiro
São Paulo A Orquestra Imperial é um fenômeno carioca que vem ganhando terreno e adeptos em outras paragens há um certo tempo. O divertido som de baile do supergrupo agora pode ser ouvido na sala de casa com o lançamento de seu primeiro álbum, Carnaval Só Ano Que Vem (Ping Pong Discos/Som Livre).
Uma das característica marcantes da banda é a participação de convidados atualmente, a orquestra conta com 19 integrantes dentre os mais cotados da cena pop carioca, como Rodrigo Amarante, Pedro Sá, Moreno Veloso, Domenico Lancelotti, Nina Becker, Thalma de Freitas, Nelson Jacobina. Até o veterano baterista Wilson das Neves aderiu ao projeto idealizado por Berna Ceppas e Kassin, que produziram o CD com Mario Caldato Jr. "O Wilson trouxe uma experiência que fez toda diferença para nós. Deu uma sacudida na orquestra. Primeiro porque veio legitimar o baile. De outro lado, tem o fato de ele ser um mestre muito generoso", diz a cantora Thalma de Freitas, que está na orquestra desde o início, há cinco anos.
Nesse meio tempo eles já tiveram Seu Jorge como integrante e receberam no palco gente da música de diversos estilos, como Caetano Veloso, Marisa Monte, Marcelo Camelo, Zeca Pagodinho, Bebel Gilberto, DJ Marlboro, Luiz Melodia.
Como já foi amplamente divulgado, a O.I., como também é conhecida, começou de brincadeira, com um grupo de amigos que resolveram montar uma orquestra de gafieira para deleite próprio em encontros especiais. No repertório entrava de tudo um pouco clássicos de gafieira, boleros e outros ritmos latinos, samba-jazz, marchinhas , mas principalmente sambas. "Com o tempo sinto que a gente está mais íntimo, mais sintonizado", assinala Thalma. "O tempo é uma maravilha para maturar um trabalho."
No primeiro semestre deste ano, a big band lançou um EP com quatro faixas de regravações, entre elas os clássicos sambas "Me Deixa em Paz" (Monsueto/Ayrton Amorim) e "Sem Compromisso" (Nelson Trigueiro/Geraldo Pereira). O álbum só tem material inédito de integrantes da orquestra e em parcerias com Jorge Mautner, Sandra de Sá, Délcio Carvalho, Tavinho Paes. Fora do Brasil vai ser um disco só juntando o álbum e o EP. "Não fazia sentido a gente gravar as músicas já conhecidas que tocamos nos bailes. Mesmo que algumas não sejam megaconhecidas, já foram muito bem gravadas. É natural, mais orgânico fazer um disco com a nossa cara, já que a gente é um coletivo", esclarece a cantora, a quem estranhou a diferença entre o que a orquestra faz ao vivo e o que está no CD. Este é mais contemplativo, embora todos tenham tocado ao vivo em estúdio.
Pegar leve não significa que o disco, sem público e "bagunça", com arranjos mais elaborados, não seja dançante. "Acho que é mais para ouvir tranqüilo em casa mesmo, mas se quiser dá para dançar juntinho, é uma outra pegada", brinca Thalma. Ela se destaca no vocal do samba "Não Foi em Vão", de sua autoria, e no sensual samba-canção "Rue de Mes Souvenirs" (Wilson das Neves/ Stephane San Juan), que vem na seqüência sutil da bossa "Jardim de Alah" (Moreno/Quito Ribeiro), na voz de Moreno.
Os homens também mandam bem nos vocais, mas é Rodrigo Amarante (Los Hermanos) quem ganha maior relevo. É ele quem abre o CD cantando a ótima "O Mar e o Ar" (dele, Kassin e Domenico), com Thalma fazendo "coro sereia". Na mesma onda marítima e latina, Amarante encara a divertida "Yarusha Djaruva", já um hit dos bailes da orquestra. No mais, o CD mantém aceso, digamos, o "espírito da coisa". Incluindo aí o aspecto do humor, como se nota em faixas como o samba "Ereção", cantado por Max Sette e dedicado a Beth Carvalho, Luiz Melodia, Ney Matogrosso e Pedro Sá.
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