Destaques
Confira os destaques da programação de espetáculos do Festival de Antonina.
Há quatro anos, o historiador Reginaldo Cerqueira, vulgo Açaí, aproveita as férias para participar das oficinas do Festival de Inverno da Universidade Federal do Paraná, em Antonina. Tudo o que aprende leva para o palco onde, como educador da Prefeitura Municipal de Curitiba, ensina teatro para crianças e adolescentes.
Na edição deste ano, a 17.ª da história do festival, ele optou pela oficina de Máscaras Gigantes, ministrada pela atriz Alessandra Flores. Nem terminou e já está relacionando o aprendizado com seu trabalho. "Com máscaras, podemos ser o que quisermos. Quero mostrar aos meus alunos que, na vida deles, tudo é possível", conta.
A oficina é parte de uma trilogia interessante, o Projeto Sambada do Bananal, uma das ousadias do festival, que termina no sábado (14). As máscaras e roupas feitas com palha de bananeira produzidas por Açaí e seus colegas serão as fantasias de um cortejo que reunirá os participantes desta e de duas outras oficinas: Brincante do Bananal, ministrada pelo casal de atores Paula Carneiro e Leonardo França, e Música para Batucar, coordenada pelo arte-educador e percussionista Pedro Solak.
A primeira tem o intuito de despertar brincantes a partir de uma interpretação que reúne elementos da dança, do teatro e das artes plásticas. A última desenvolve a batucada que embalará a sambada final que integra os três grupos, na sexta-feira (13). Mas, os integrantes das oficinas também se encontram no desenvolvimento dos trabalhos, que têm em comum o resgate de elementos da cultura brasileira.
Outra novidade está causando frisson entre as crianças. É a oficina Robótica Sem Mistérios, desenvolvida pelo engenheiro civil e empresário Maurício Beltrão Fraletti. Tudo começou em 2003, quando ele decidiu criar um curso de robótica para o filho e seus amigos. "Vi que havia falhas na educação que poderiam ser supridas ao fornecer exemplos reais de como as coisas funcionam", conta.
Por isso, sua oficina é essencialmente prática. Desde segunda-feira (9), quando as oficinas começaram, três turmas de crianças estão desmontando computadores e outras engenhocas. As peças, testadas e reaproveitadas, serão utilizadas para a construção de um palco automatizado, no qual será encenada uma peça curta. Entre uma martelada e outra, há espaço para a teoria. Maurício dá noções de física, matemática, lógica, geografia e informática para os pequenos. "Mostro que é importante conhecer todas as ciências para gerar uma nova tecnologia", conta.
O público-mirim foi privilegiado este ano no festival foram ofertadas 20 oficinas gratuitas, freqüentadas, em sua grande maioria, por crianças de Antonina. Jorge Juan da Luz Rodrigues, de 9 anos, está aprendendo a transformar lixo em mobiliário decorativo. "Quero construir uma luminária", diz. Seu professor, Cristian Teles, vai ensiná-lo a fazer, utilizando um material até então desconhecido entre as crianças: o papel machê.
As oficinas de educação e arte também têm grande participação local. "As vagas para os professores são determinadas de acordo com a demanda do município", conta o coordenador do Festival de Antonina, Guilherme Romanelli. Ele conta que a participação do público local, expressiva tanto nas oficinas quanto nos espetáculos, é uma conquista do evento, após 17 anos. "Antonina é um exemplo no Brasil. A cultura já faz parte do cotidiano de seus moradores. Eles já tem o hábito de consumir cultura, comportam-se com naturalidade diante das manifestações artísticas."
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Serviço: 7.ª Festival de Inverno da UFPR. Informações pelo telefone (41) 3432-4134. A programação completa está disponível no site www.proec.ufpr.br/festival2007. Todas as apresentações são gratuitas. Até 14 de julho.
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