Seis anos foi o tempo entre o disco de estreia, homônimo, e “Nem Vamos Tocar Nesse Assunto”, álbum lançado hoje no site da Banda Gentileza e disponível para download gratuito, além de estar à venda em versões em CD (R$20) e LP (R$50). “A culpa é 90% minha”, diz o vocalista Heitor Humberto. “Sou devagar para compor. A média é de uma música por ano”, brinca.
Em 2009, a Banda Gentileza ganhou atenção nacional com seu primeiro álbum. Produzido por Plínio Profeta, o trabalho tentava dar conta do tsunami de referências do grupo – do punk cigano ao bolero. O desafio da produção somava-se à inexperiência em estúdio do então septeto. O resultado foi um disco coeso, mas um pouco distante do que se acostumou a ver no palco – uma festa instrumental “porra louca” e contagiante. “Agora foi radicalmente diferente”, diz Heitor.
Mistura de ritmos segue, mas há novidades
A mistura deliberada de ritmos e as letras trocadilhescas bem trabalhadas sempre foram o cartão de visitas da Banda Gentileza. “Nem Vamos Tocar Nesse Assunto” segue a linha ultraeclética, mas aponta interessantes novidades.
Leia a matéria completaProduzido pela dupla Gustavo Lenza e Zé Nigro — responsáveis por álbuns de artistas como Céu, Apanhador Só e Curumin –, “Nem Vamos Tocar Nesse Assunto” é um disco “mais seguro”, nas palavras do vocalista. “Agora todo mundo está com 29 ou 30 anos. Isso diz muita coisa porque são outras cabeças. O primeiro álbum é, na verdade, uma coleção de faixas que compus. Algumas músicas daquele disco escrevi quando tinha 16 ou 17 anos,” explica. “Por isso esse disco é mais bem resolvido.”
A banda teve de lidar com a saída da dupla responsável pelos metais e voltou à formação seminal, um quarteto – Heitor, Bruno Castilho (bateria), Diego Perin (baixo) e Jota Borgonhoni (guitarra, piano e viola). Há participações de Lauro Ribeiro (trombone) e Marc Olaf (piano, teclado e flauta transversa), do sexteto Trombone de Frutas, bem como Hudson Muller (saxofone e trompete), e do percussionista Maurício Badé (Criolo) e do próprio produtor Zé Nigro (teclas e percussão).
Três singles (“Casa” [esta com um clipe surpreendente], “Espiões” e “Por Onde Anda”) foram lançados nas últimas semanas, como um esquenta para o disco de nove faixas e pouco mais de meia hora – outra música, “Sapato”, será divulgada separadamente. Não houve influência musical específica que tenha orientado as composições, embora Andrew Bird e Hypnotic Brass Ensemble sejam preferências em comum. “O lance foi ser o mais autêntico possível. Com prazer e de verdade”, explica o vocalista.
A Gentileza lança oficialmente o álbum com um show no dia 25 de julho, em um “lugar secreto” no bairro das Mercês. Será “durante um fim de tarde, e no gramado.” Também há apresentações marcadas no Rio de Janeiro, Florianópolis, Joinville, Londrina, Maringá, Sorocaba e São Carlos. Demorou seis anos, mas a Gentileza está de volta.
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