Com o objetivo de oferecer aos clientes novas opções, Márcia Toledo, proprietária do Retrô Bar, decidiu promover apresentações ao vivo de novidades da cena musical alternativa. Adaptou os ambientes do espaço, montou uma estrutura de palco e trouxe atrações como a os gaúchos The Darma Lovers, a dupla Tetine, que toca funk carioca em Londres, e a banda californiana Apside.
Apesar de todo o investimento que ainda envolve transporte, hospedagem e aluguel de equipamento, os shows não atraíam tanto público quanto às noites comandadas pelos DJs da casa. "Acho que as pessoas querem escutar o que elas já conhecem, gostam de poder cantar junto com a música. Além disso, ainda existe um certo medo e preconceito de conhecer trabalhos novos", acredita Márcia.
Com as noites curitibanas sendo invadidas pelo som mecânico, as bandas sentem a pressão, ainda mais porque o custo do DJ é mais baixo e é quase sempre garantia de casa cheia, ainda mais se ele atender a pedidos.
A banda Sexofone, que toca há oito anos no Empório São Francisco, não se incomoda com o movimento, mas afirma que pode atrapalhar o músico ao vivo, ainda mais se estiverem atuando lado a lado. "O trabalho em conjunto entre DJs e bandas só tem a contribuir para os dois. O problema é quando ele não tem consciência do gosto do público e do estilo da banda. Se você vai tocar rock e o cara entra com tecno na pista, aí ele acaba matando a banda e animação de quem está lá", explica Fábio. (JK)