O psicólogo paulistano Carlos Keffer não pensou duas vezes: vendeu seu carro e deu o maior lance em um leilão para arrematar a primeira Barbie fabricada no mundo, de 1959. O ator carioca Fabrício Campos Longo foi além - demonstrou seu amor tatuando o famoso logo e a assinatura da boneca. Já a vendedora curitibana Silvana Stelmachtchuk transformou a idolatria pela Barbie em profissão.
Aniversariante desta segunda-feira (9), a boneca loira mais famosa do planeta não conquistou apenas vestidinhos glamourosos ao longo de seus 50 anos. É da Barbie uma legião de admiradores que já passou da idade de brincar há muito tempo, mas ainda leva ao extremo o culto por sua beleza.
O acervo de Carlos Keffer, de 39 anos, conta com 540 bonecas. Segundo o psicólogo, foram 14 anos e um investimento que ultrapassa a marca dos R$ 200 mil na aquisição de Barbies mundo afora. "Algumas delas são verdadeiras obras de arte tamanho o preciosismo das expressões faciais, das roupas, dos acessórios", explica o colecionador. A primeira ele nunca esquece: foi uma edição especial em homenagem ao filme "Minha bela dama" (1964), comprada em uma loja dos Jardins, em São Paulo. Morena, a "Barbie My fair lady" reproduz os traços do rosto da atriz Audrey Hepburn e o figurino usado em cena.
"As edições especiais de cinema me encantam porque unde duas paixões ao mesmo tempo", revela Keffer, que tem outras Barbies "cinematográficas" como a de "...E o vento levou" (1939), "Grease" (1978) e "Titanic" (1997). A coleção ainda conta com outros temas como "países", com Barbies de diversas etnias, "fashion", com modelitos assinados por grifes luxuosas, e "profissões", que tem até a boneca na versão astronauta.
O acervo pode ser visto a partir desta terça-feira (10) no "Museu encantado da Barbie", montado na cobertura do Shopping Cidade Jardim, em São Paulo. Divida em sete sessões, a exposição gratuita faz um panorama da evolução da boneca em suas cinco décadas de existência.
Faz parte da mostra, inclusive, a Barbie de cabelos cacheados, quase ruivos, usando um comportado maiô listradinho, de 1959 - a mesma que Keffer precisou vender o carro para ter o gosto de vê-la em sua coleção.
Feito tatuagem
Como sofreu Fabrício Campos Longo, de 25 anos, para ganhar sua primeira Barbie. Foi difícil convencer a mãe de que a boneca também era coisa de menino.
"Eu cortava fotos de Barbies que saíam em anúncios nas revistas. Quando colocava para andar de carrinho, elas saíam todas amassadas. Uma tristeza...". relembra. "Também adorava ir nas festas das amiguinhas, porque lá eu podia brincar com as das meninas".
Quando percebeu que o amor do filho pela boneca loirinha não era coisa passageira, a mãe de Fabrício finalmente se rendeu. Em seu aniversário de 12 anos, o rapaz ganhou a Barbie versão polonesa - a primeira de uma coleção que hoje contabiliza 300.
"Nasci para isso. A Barbie é a única coisa que eu tenho vontade de ter mais e mais sempre", garante o ator, que tatuou no lado direito do quadril o logo e a assinatura universal que aparece nas caixas da boneca.
Relíquia do acervo de Fabrício é a "Barbie city smart", fabricada no Japão em 2003. No mercado de colecionadores, a peça pode alcançar o preço de US$ 800. Nada que doa no bolso de um autêntico "barbiemaníaco".
"A Barbie me ensinou que quando você quer muito uma coisa, ela chega até você de alguma forma", filosofa o ator.
Barbie escritório
Comparada as coleções de Keffer e Fabrício, a de Silvana Stelmachtchuk, de 32 anos, é modesta: são 60 Barbies. Mas a boneca virou profissão para ela: Silvana deixou de ser vendedora e virou uma espécie e "caçadora de Barbies raras".
"Frequento os leilões na internet em busca de edições limitadas. Compro e revendo bonecas - mas algumas ficam para a minha coleção pessoal, porque eu amo a Barbie", diz Silvana.
A vendedora revela que as bonequinhas "made in Brazil" são bem-cotadas no mercado mundial de colecionadores. "Elas tem a expressão do rosto mais suave e as fabricadas na década de 80 tem as mãos articuláveis, o que não acontece com as de outros países".
Silvana cita como exemplo a Barbie que veste um modelito vermelho assinado pelo estilista Alexandre Herchcovitch. "Essa boneca teve uma edição limitadíssima, apenas 200. Ela é muito procurada e pode chegar a US$ 300".
A "caçadora de Barbies" revela alguns itens orbigatórios da cartilha de cuidados de todo colecionador. "Quem tem bicho de estimação desista de ter coleção: o pelo dos animais estraga o cabelinho dela. Fumaça de cigarro também", explica. "O cabelo deve ser tratado com amaciante de roupa - é como se fosse um condicionador".
E o mais importante: manter as crianças bem longe da boneca. "Barbie de colecionador não é brinquedo, é obra de arte! A garotada estraga, engordura... Quando vai molecada lá em casa, escondo todas", garante Silvana.
"Criança colocando as mãozinhas nas minhas bonecas? Nem pensar!", concorda Fabrício.
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