No que diz respeito ao seu processo criativo, você segue algum tipo de método em particular para escrever os seus roteiros?

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Penso que isso varia um pouco de projeto para projeto. No entanto, eu diria que, para pensar a mise-en-scène, a mim serve muito mais pensar no desenho de som do filme do que nas imagens.

Seus filmes seguem à risca os roteiros que você escreve? Você usa muita improvisação na hora da rodagem, ou tudo tudo já foi pensado antes?

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Creio que meus roteiros se pareçam muito com os filmes que deles resultam. Justamente porque não uso a improvisação no sentido em que os atores usam essa palavra. Não deixo lacunas abertas para o que possa acontecer no set. Para mim, ó filme é um artifício, detalhadamente construído e calculado, que tem como objetivo desestabilizar a certeza. Por isso, o cinema de terror me serve de referência, em seus aspectos formais.

Você é uma das mulheres diretoras mais relevantes no cinema mundial contemporâneo. Você acha importante, ou significativo, discutir a sua obra da perspectiva dos estudos de gênero?

Acho que os estudos de gênero propõem leituras muito interessantes e cheias de novidade sobre o que já conhecemos. Contudo, não sou uma pessoa muito interiorizada nesses temas. Tenho muitos amigos que se dedicam a essa área e gosto de conversar com eles. Também tenho amigos que gostam de barcos e me encanta conversar com eles, também.