Menos de três meses depois de uma reforma externa, o Belvedere, em Curitiba, voltou a ser pichado. Desta vez, as paredes frontais do imóvel foram o alvo de um grupo de pichadores, na madrugada da segunda-feira da semana passada (23). As informações são da Academia Paraense de Letras (APL), que tem a posse do imóvel.
De acordo com o órgão, para agir, os pichadores renderam o único vigilante que fazia a segurança do Belvedere.Ele não ficou ferido.
Os envolvidos na situação também chegaram a arrebentar a fechadura da porta principal do espaço, mas não invadiram o imóvel.
“Depois do pôr do sol, aquele lugar vira uma terra de ninguém”, comentou o diretor de Documentação e Acervo da APL Ernani Lopes Buchmann. “Um guardião só não dá mais conta. Precisamos de reforço”, declarou.
Segundo Buchmann, a diretoria jurídica da academia deve, nos próximos dias, pedir formalmente à Polícia Militar ajuda no reforço na região.
O Belvedere continuará pichado até que o contrato com o Senac seja assinado, o que deve acontecer dentro de vinte dias. A instituição, que fez o projeto de reforma do espaço, vai abrir um café escola no local. A intenção é de que o Senac ajude a pintar novamente o Belvedere e que contribua para a segurança do entorno.
De abandonado à sede da APL
No final do ano passado, o Belvedere virou alvo de denúncias de moradores do bairro São Francisco, que passaram a reclamar abandono do espaço.
Com a falta manutenção desde a desocupação pelo Centro Estadual de Defesa dos Direitos da População em Situação de Rua e dos Catadores de Materiais Recicláveis (Centro Pop Rua), em junho de 2014, o imóvel havia se transformado num ponto de concentração de usuário de drogas.
Em meados de dezembro, o Governo Estadual restaurou a parte externa do prédio - tombado pelo Patrimônio Cultural do Paraná em 1966. No mesmo mês, o governo também sancionou a lei que garante a posse do imóvel, por um período de vinte anos, pela Academia Paranaense de Letras.
O fato gerou uma pequena “guerra” na cidade. De um lado, a doação do espaço pelo executivo estadual para abrigar a nova sede da academia, que, até então, não tinha um espaço próprio. De outro, moradores que pediam o uso compartilhado do recinto com a sociedade, alegando que a cessão do Belvedere à instituição dos “imortais” foi materializada sem nenhum tipo de discussão pública.
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