Pina, de Werner Herzog, é o aguardado retrato da coreógrafa alemã Pina Bausch realizado em 3D| Foto: Divulgação

Com a proposta de apresentar uma seleção menor e mais ousada do que a do ano passado, a 61.ª edição do Festival de Berlim, que acontece entre os dias 10 e 20 deste mês, anunciou na terça-feira os 22 filmes que farão parte da programação.

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Entre os 22 títulos selecionados para a mostra principal, 16 concorrem ao Urso de Ouro, dado ao melhor filme. Os outros seis participam do evento na condição de hors-concours. A cerimônia de abertura será com Bravura Indômita, o faroeste dos irmãos Joel e Ethan Coen.

Um dos destaques de Berlim 2011 será a exibição de três filmes em 3D. O formato que fez sucesso no cinema comercial, em produções como Alice no País das Maravilhas e Toy Story 3, começa a ser explorado por cineastas autorais.

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Uma das experiências mais aguardadas é o novo filme de Wim Wenders, Pina, sobre a coreógrafa alemã Pina Bausch (1940-2009), que faz sua estreia mundial em Berlim. Autor de Asas do Desejo e de vários outros títulos importantes, Wenders é um nome querido em festivais.

Outra figura importante a explorar o 3D é o também alemão Werner Herzog e ele o faz no documentário Cave of Forgotten Dreams ("Caverna dos sonhos esquecidos", em tradução livre), sobre pinturas pré-históricas existentes na França.

Cineasta de longas-metragens sensacionais como Fitzcarraldo (1982), Herzog fez uma incursão recente no cinema norte-americano ao refilmar Vício Frenético (2010), de Abel Ferrara, com Nicolas Cage no papel principal. Mas os documentários são um interesse antigo do diretor, que realizou também O Homem Urso, O Diamante Branco e outros.

O terceiro filme 3D da mostra é Les Contes de la Nuit (Os contos da noite), animação francesa dirigida por Michel Ocelot.

Segundo Dieter Kosslick, diretor da Berlinale (o outro nome pelo qual o festival é conhecido), "haverá vários cineastas novos, várias diretoras mulheres e também novidades técnicas nunca antes mostradas na Berlinale".

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Fora da seara tridimensional, a mostra vai abrigar a estreia na direção do ator Ralph Fiennes (O Paciente Inglês). Como o britânico que é, ele escolheu uma peça de Shakespeare, Coriolanus, para o seu primeiro trabalho atrás das câmeras (embora também atue diante delas).

A seleção terá ainda os novos títulos de diretores do circuito independente, como a norte-americana Miranda July, o argentino Rodrigo Moreno e o iraniano Asghar Farhadi. O Irã aparece também na ho­­me­­nagem preparada para o cinesata Jafar Panahi (O Círculo), que havia sido convidado para compor o júri presidido por Isabella Rossellini, mas teve sua prisão decretada pelo governo iraniano. O Festival de Berlim fará um manifesto contra a censura e exibirá cinco títulos de Panahi.

A retrospectiva da 61.ª edição lembrará a obra do sueco Ingmar Bergman (1918-2007).

O Brasil aparece em mostras paralelas, com Tropa de Elite 2, de José Padilha, Os Residentes, de Tiago Mata Machado, e Ensolarado, de Ricardo Targino.

A cerimônia de premiação está marcada para o dia 19 de fevereiro.

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