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Dirigido pelo consagrado publicitário João Daniel Tikhomiroff, "Besouro" é uma dessas produções que despertam interesse assim que são anunciadas. Além de falar de um personagem histórico brasileiro, é um atraente filme de ação, com direito a coreografias de luta elaboradas por Huen Chiu Ku, responsável pelas acrobacias vistas em "Kill Bill" e "O Tigre e o Dragão".

Tikhomiroff, que tem em sua estante 46 Leões do Festival de Publicidade de Cannes, faz um filme belo, mas sem substância. Apesar dos esforços do elenco, que foi recrutado entre capoeiristas não-atores, e do bom argumento, extraído do livro "Feijoada no Paraíso" de Marco Carvalho, a narrativa deixa a desejar.

A produção traz às telas a história do capoeirista Manoel Henrique Pereira, que assumiu o nome de Besouro, com o qual virou lenda no Recôncavo Baiano na década de 1920. Ele vira um dos ícones da resistência negra por combater a exploração da mão-de-obra de ex-escravos.

"Besouro" mostra o nascimento do mito e como as batalhas que empreendeu contra os coronéis da época foram decisivas para o ideal de capoeirista miraculoso que, segundo a lenda, podia até voar.

No filme ele luta contra o coronel Venâncio (Flavio Rocha, da minissérie "A Pedra do Reino"), que manda matar Mestre Alípio (Macalé), tutor de Besouro (Ailton Carmo). Em meio à guerra, há outro conflito dramático: o triângulo amoroso formado por Besouro, Dinorah (Jessica Barbosa) e Quero-quero (Anderson Santos). Os três são amigos de infância, mas a disputa entre eles levará a um desfecho que envolve todos os personagens.

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Filmado nas belíssimas paisagens da Chapada Diamantina, na Bahia, é bem produzido, mas não tem ritmo para um filme de ação. É de se estranhar os equívocos de montagem e execução, vindo de um dos profissionais que mais entende do assunto, Tikhomiroff.

Pela falta de profundidade do roteiro, no fim da projeção, sobra muito pouco de "Besouro". Destaque-se, no entanto, a excelente trilha sonora, principalmente "Cordão de Ouro", interpretada pela banda Nação Zumbi.