Ao menos no cinema, currículos não servem para nada. É o caso com Besouro Verde, que estreia amanhã, um filme incoerente de ação que, apesar dos efeitos mirabolantes, é monótono demais.
A direção é de Michel Gondry, um francês descolado que começou com videoclipes e acabou fazendo Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (2004), um dos melhores da década passada, considerado por muitos românticos "o filme de sua vida".
Depois de Sonhando Acordado (2006) e Rebobine, Por Favor (2008), fica claro que o talento de Brilho Eterno... era mais do roteirista Charlie Kaufman do que do diretor Gondry.
De volta ao Besouro Verde. A história é inspirada numa série de rádio criada por George Trendle (1884-1972), adaptada nos anos 1960 para a televisão, numa versão que marcou época graças ao Bruce Lee (1940-1973), o coadjuvante que rouba a cena do protagonista o que também acontece na nova versão, escrita por Evan Goldberg e Seth Rogen, este tem ainda o papel principal, de Britt Reid.
Rogen escreveu filmes espertos como Superbad (2007) e Segurando as Pontas (2008). Como ator, estrelou duas das comédias mais rentáveis dos últimos anos: O Virgem de 40 Anos (2005) e Ligeiramente Grávidos (2007).
Para completar o elenco principal de Besouro Verde, chamaram Cameron Diaz, que não tem mais o mesmo star power de dez anos atrás (os norte-americanos criam rankings listando astros e estrelas pelo seu poder de influenciar as bilheterias), mas ainda é um dos rostos mais conhecidos dos Estados Unidos.
Com essas credenciais, Besouro Verde tinha potencial para ser um filme, no mínimo, divertido, fazendo valer a grana do ingresso, pipoca, refrigerante e doces (sem contar o estacionamento, o ônibus, ou a sola do sapato).
O problema é que ele não passa de um filme bobo demais para distrair alguém com mais de 5 anos. E os menores de cinco devem dormir na primeira meia hora. As piadas não funcionam e Seth Rogen interpreta um babaca que vai dando nos nervos à medida que a história avança. E "história" é uma expressão generosa para falar da desculpa usada pelos produtores para o que deve ser um desperdício histórico de dinheiro em Hollywood.
Segundo o Internet Movie Database, o orçamento foi de US$ 120 milhões. A estreia em território norte-americano foi há quase um mês e, de lá para cá, não rendeu mais do que US$ 90 milhões.
Britt Reid (Rogen) é um adulto com problemas sérios. Deve estar nos seus 25 anos, mas age como se tivesse 12 e tem o vocabulário de um pré-adolescente imbecil. Ele é filho do dono de um jornal influente que morre em circunstâncias estranhas, vítima de uma crise de alergia.
A perda leva Britt a assumir os negócios, mas ele está mais preocupado em arranjar um passatempo que acabe com o seu tédio de menino mimado. Ele quer "se sentir vivo", então obriga o empregado chinês Kato (o taiuanês Jay Chou, o único que quase se salva do fiasco) a fabricar brinquedinhos que vão de um carro cheio de recursos estapafúrdios até uma arma de gás sonífero.
Não há nada errado com personagens bestas. Jerry Lewis fez um monte de imbecis em filmes geniais. O problema é quando a idiotice está fora de lugar no roteiro, por exemplo. Ou na direção.
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