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| Foto: Fabian/Divulgação

Quem presenciou o domínio de corpo e de intenções mostrado pela atriz Beth Goulart em Doroteia, passando num cruzar de pernas do masculino de Nelson Rodrigues ao feminino de sua amante Eleonora Bruno (avó de Beth), não pode senão esperar com expectativa para ver a atriz empregar seu apuro na preparação corporal e vocal à representação de uma figura complexa (e arrebatadora) como Clarice Lispector. A atuação está indicada ao Prêmio Shell-RJ, assim como a iluminação de Maneco Quinderé.É Beth Goulart quem assina a dramaturgia e a direção, supervisionada por Amir Haddad, do monólogo Simplesmente, Eu (confira o serviço). Ela se vale de criaturas literárias – as que mais se assemelhavam à própria autora, como a Joana de Perto do Coração Selvagem ou Ana, do conto "Amor" –, interpostas a trechos de entrevistas, depoimentos e cartas pessoais que Clarice deixou.

"Beth Goulart não só costurou com muita habilidade os depoimentos e as citações, compondo uma espécie de ampla revelação de vida e processo criativo, como trabalhou, com visagismo e figurinos, a figura da escritora, seu porte e seu gestual", justificou Bárbara Heliodora no O Globo ao apontar o espetáculo como um dos melhores da temporada.

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