Acaba de chegar às livrarias o livro "Will Eisner - Um Sonhador nos Quadrinhos", de Michael Schumacher, a biografia de um dos maiores artistas dos quadrinhos de todos os tempos, o inventor da chamada arte sequencial e do termo graphic novel (romance gráfico).
Schumacher não aliviou para o criador do "Spirit": mostra todos os seus méritos, mas também os vícios. Sempre abriu as portas para os jovens cartunistas, revelando nomes como Jack Kirby, Lou Fine, Bob Kane e Joe Kubert (que admitiu primeiro como faxineiro). Mas sentia inveja do sucesso de Bob Kane, o criador do Batman. E ficou com dor de cotovelo quando Art Spiegelman ganhou um Pulitzer pelo álbum "Maus". Achava que merecia mais.
E teve a grande burrada da sua vida: quando era um jovem editor, em 1938, recusou publicar dois jovens (Jerry Siegel e Joe Shuster) que o procuraram com um dos mais rentáveis personagens de todos os tempos, o Superman. Depois, ainda deu um falso testemunho na Corte contra os autores do personagem.
"Ele era um pouco competitivo", explica Schumacher, que falou à reportagem por telefone do Wisconsin, onde vive. "Mas era um homem bom. Os judeus têm uma palavra para isso, mensch, que usavam para defini-lo. Significa íntegro."
Will Eisner nasceu em 1917, cresceu numa vizinhança pobre no Bronx e foi jornaleiro na infância. Em 1942, passou a desenhar material gráfico para o Exército e, em seguida, material educativo, o que lhe valeu a independência econômica. Ele morreu em 2005, aos 87 anos.
O livro sobre Eisner foi lançado nos Estados Unidos há dois anos. O novo projeto de Schumacher, que acaba de chegar às livrarias americanas, é "Al Capp: A Life in the Contrary", biografia de outro quadrinista famoso, Al Capp (1909-1979), criador do Ferdinando - e de quem John Steinbeck disse, em 1952, "que talvez possa ser o melhor escritor do mundo hoje".
WILL EISNER - UM SONHADOR NOS QUADRINHOS -Tradução: Érico Assis. Editora: Globo, 424 págs., R$ 59,90.
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