| Foto: Reprodução www.youtube.com

A mais perfeita tradução do Rio de Janeiro no pop rock se chama Blitz. Pioneira do Rock Brasil anos 80 com o estouro de "Você não soube me amar", estopim da invasão das gravadoras e do rádio por uma geração que levou o rock brasileiro ao mainstream, a Blitz comemora 25 anos de estrada com o CD e DVD "Blitz - ao vivo e a cores". O lançamento é nesta sexta no Canecão e Evandro Mesquita lamenta a ausência dos convidados porque o show acontece num dia em que está todo mundo na estrada defendendo o leite das crianças.

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No DVD estão Ivete Sangalo ("Biquíni de bolinha amarelinha"), Paulo Ricardo ("Bete Balanço"), George Israel ("Como uma luva"), Paulo Ricardo ("Bete balanço"), Dani Carlos ("Betty Frígida"), Da Gama ("Reggae do avião") e Fernanda Abreu ("Você não soube me amar").

Aos 55 anos, Evandro mantém o pique para segurar quase duas horas de show várias vezes por semana e fazer participações na Rede Globo, a começar pela série "A grande família", uma formula que ele atribui às partidas de futevôlei. No DVD, George Israel diz que a Blitz é a banda mais identificada com o espírito carioca. Evandro concorda, mas lamenta o estado em que se encontra a cidade.

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- Somos a Blitz de um Rio que era mais nosso, mais tranqüilo, mais descontraído. Tinha violência, mas não como hoje com condomínios gradeados, todo mundo com medo de sair na rua. O Sérgio Cabral parece ser um cara que se identifica com a cidade, não é como César Maia e os outros.

A Blitz renovou a música brasileira com descontração, linguagem cotidiana, aprontações cênicas, visual, quadrinhos, uma mistura que falta hoje no rock brasileiro

- A Blitz mistura humor, leveza, swing, uma maneira de dizer coisas sérias na brincadeira, uma coisa que as pessoas sentem falta porque as bandas hoje ficam numas postura pseudo punk - diz Evandro.

Ele conta que a banda encontra um público jovem, na faixa abaixo dos 18 anos, nos shows que vem fazendo pelos estados:

- A renovação é impressionante, muita gente nova nos shows que conheceu através de pesquisa, de pessoas mais velhas, de muitas coletâneas que tem por aí. Alguns vão ao show achando que vão ver um revival dos anos 80 e dão de cara com uma porrada sonora - conta Evandro.

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A formação atual tem como originais ele, o tecladista Billy Forghieri e o baterista Juba. Na guitarra está Rogério Meanda que, entre outros gigs, acompanhou a carreira solo de Cazuza. No baixo, Alembic Cláudia Niemeyer, de amplo currículo que inclui Rita Lee, Kid Abelha e Dulce Quental. E as vocalistas Luciana Spedo e Andréa Coutinho, que no DVD está grávida de Alice, mostrada já nascida nos extras.

Como se não bastasse as mil e duas coisas que faz na vida, Evandro ainda anuncia para setembro o lançamento do livro "Xis tudo", o nome daqueles sanduíches de barraquinhas que tem tudo dentro, também conhecidos como salmonella special. O livro é virulento no bom sentido:

- Esvaziei a gaveta. Tem crônicas, cenas de teatro, quadrinhos, convidados como Ziraldo, Chacal e um monte de coisas. Vamos lançar em setembro na Bienal e depois, em outubro, numa Livraria Travessa aqui no Rio.

"Blitz ao vivo e a cores" é um projeto independente, sem patrocínio, bancado pela própria banda. Evandro brinca com a atual situação do mercado fazendo um camelozão no meio do show, na base do "eu podia estar roubando, mas estou aqui vendendo o meu CD e DVD. Podia ser um político ferrando vocês, mas estou aqui na batalha...".

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