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Em seus mais de 25 anos de trajetória, a banda britânica Echo and the Bunnymen já passou duas vezes pelo Brasil. Em 1987, época do lançamento do álbum que leva o nome da banda, a dupla Ian McCulloch (vocal) e Will Sergeant (guitarra), ao lado do baterista Pete de Freitas – morto em um acidente de motocicleta três anos depois – fizeram apresentações memoráveis nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Doze anos depois, mais especificamente em 1999, os ingleses de Liverpool retornaram às terras tupiniquins para a turnê de lançamento do álbum What Are You Going to Do with Your Life, lançado no mesmo ano. Apesar de um tanto mediano, o trabalho continha lá seu trio de boas canções, que foram incluídas no repertório dos shows realizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba (na antiga Forum), ao lado de grandes sucessos como "The Killing Moon", "The Cutter", "Lips Like Sugar", "Seven Seas" e "Bring on the Dancing Horses", cantadas em uníssono por uma platéia extasiada com a boa forma de McCulloch e Sergeant.

Após algumas passagens-solo do vocalista pelo país – ele esteve no Brasil sozinho cerca de cinco vezes, a mais recente em 2004, quando se apresentou no Credicard Hall, em São Paulo, ao lado de nomes como (pasmem!) Supla e Léo Jaime – os Bunnymen já estão com os vistos garantidos para a próxima vinda ao Brasil, novamente com escala na capital paranaense, na próxima sexta-feira, dia 28, no Curitiba Master Hall. "Minhas lembranças do Brasil são ótimas. Acredito que a qualidade de um show sempre depende da platéia, é como se fosse uma parceria entre a banda e o público. Acho que é por isso que nossos shows brasileiros são sempre tão bons, são os fãs que nos fazem tocar bem. Para a banda, tocar no Brasil é sempre uma prioridade", conta o guitarrista Will Sergeant, que conversou com a reportagem do Caderno G, por telefone, diretamente da Inglaterra.

A terceira passagem do Echo and the Bunnymen pelo Brasil deve-se à turnê de divulgação de seu décimo álbum de inéditas, Siberia, lançado no exterior em setembro de 2005, mas que só chegou ao Brasil no fim do mês passado. Considerado pela crítica especializada como o melhor disco da banda em quase 20 anos, Siberia traz de volta um estilo de composição simples e afiado, que vem causando comparações inevitáveis com álbuns como Crocodiles (1980), Heaven Up Here (1981) e Ocean Rain (1984). "Siberia se encaixa bem no que a banda sempre fez. Não compro jornais, então, não leio as resenhas publicadas a respeito do álbum, mas sei que os fãs vêm gostando muito de canções como 'Stormy Weather' e 'Scissors in the Sand'. Acho que é um disco muito melhor que os dois últimos, mas levemente diferente do que fizemos no início de nossa carreira. Não seríamos capazes de recriar um estilo de composição que usávamos há 20 anos", explica Sergeant.

As constantes comparações com o passado ocasionadas por Siberia devem-se muito à nova formação do grupo, que, de acordo com McCulloch, em entrevista ao semanário inglês New Musical Express, "está com uma banda mais próxima ao velho Echo and the Bunnymen do que jamais esteve". "Nosso novo baterista, Simon Finley, tem estilo muito parecido com o de Pete (de Freitas). A única diferença é que ele não sua (risos). Pete saía encharcado do palco em todos os shows (risos). Mas quando procuramos um novo músico para a banda nem pensamos nisso. Acho que a nossa maior preocupação é escolher pessoas que não teremos dificuldades de substituir caso resolvam sair da banda (risos)", conta.

Composto por fãs que cresceram ao som de Echo and the Bunnymen na década de 1980, o público da banda é basicamente formado por pessoas que, digamos, já passaram dos 30 anos de idade. Levando isso em conta, McCulloch e Sergeant já pensaram nos set lists das apresentações que farão no país, que, apesar de serem da turnê de Siberia, serão recheados de hits mais velhos. Quando perguntado se o incomoda o fato de estar, de certa forma, preso ao que a banda fez no passado, Sergeant é direto na resposta. "Não tenho vergonha do que já fizemos. Amo as canções antigas e nunca me canso de tocá-las. Não entendo essas pessoas que se irritam quando o público pede velhos hits. O objetivo de qualquer show é fazer com a platéia goste, não é?", questiona.

Serviço: Echo and the Bunnymen. Curitiba Master Hall (R. Itajubá, 143). Dia 28 de abril, às 22 horas. Os ingressos custam R$ 120 e R$ 60 (estudantes e doadores de uma lata de leite em pó) e estão à venda nas Livrarias Curitiba e pelo site www.ticketcenter.com.br. Mais informações pelo telefone (41) 3248-1001.

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