Bobby McFerrin quer criar hinos para o novo século

O novo disco de Bobby McFerrin, o homem-orquestra, é um projeto ambicioso que envolve mais de 50 vocalistas. Batizado de Vocabularies, ele é formado por sete composições com nomes poéticos ("Ele Correu para o Trem") ou espiritualistas ("Breve Eternidade").

A proposta de McFerrin, como explica o texto que acompanha o disco, é criar "música para o século 21". A atmosfera geral do álbum é a de hinos tribais, em que as vozes são acompanhadas por poucos instrumentos e entoam refrões que, pela repetição, soam como mantras e assumem o lugar dos instrumentos.

As letras misturam palavras em idiomas diversos, como inglês, francês, alemão, italiano, mandarim, espanhol e latim. O resultado é estranho, mas fascinante. Existem maneiras diferentes de interagir com o disco. Ouvir sem a ajuda das letras impressas pode criar uma espécie de encanto: você embarca nas músicas e deixa que as vozes o conduzam. En­­quanto ouvir e acompanhar as letras no livreto do CD reforça o impacto poético da proposta.