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É possível ficar com um absorvente íntimo preso "lá dentro"? Por que os bocejos são contagiosos? Você pode ficar doidão se lamber um sapo? O que é melhor para um náufrago: tomar a própria urina ou a água do mar? Essas e outras perguntas estão respondidas em Por que os Homens Têm Tetas? (Planeta, 224 págs., R$ 24,90), que está sendo vendido no Brasil depois de se tornar um campeão de vendas nos Estados Unidos. O livro permaneceu durante quatro meses no primeiro lugar da lista do The New York Times, para se ter uma idéia. São mais de dois milhões de exemplares vendidos em todo o mundo.

A bem-humorada obra nasceu da união de dois autores com passados bem diferentes. Mark Leyner é um escritor e roteirista que se diz viciado em assuntos médicos. Seu romance de estréia dá uma noção da perversão que o domina: chama-se Meu Primo, Meu Gastroenterologista. Billy Goldberg é um médico que trabalha em um pronto-socorro de Nova Iorque. Segundo ele, o projeto do livro respondendo a dúvidas esquisitas – ou quase normais – sobre o corpo humano já existia faz tempo. Mas primeiro ele precisou encontrar alguém do ramo das letras, como Leyner, para ter coragem de levar a idéia adiante.

O livro traz respostas sérias sobre os temas, embora todas estejam disfarçadas sob várias camadas de piadinhas – algumas com graça, outras sem. E as perguntas, segundo os autores, foram tiradas da vida real. De acordo com Goldberg, são dúvidas que as pessoas costumam ter mas que só perguntam a médicos como ele depois de tomar alguma confiança. Eis a explicação para o subtítulo do volume: E Muitas Outras Perguntas Que Você Só Faria ao Seu Médico Depois do Terceiro Martíni. Aliás, falando em título, é preciso explicar que o original inglês fala nos "mamilos" dos homens. E não em "tetas", como sugere a tradução brasileira.

Algumas perguntas são mais curiosas do que as próprias respostas que elas geram. É o caso de "o esperma é nutritivo? Ele engorda?", ou de "Comer salsinha pode combater o mau hálito?". Algumas das mais intrigantes questões propostas estão na sessão que tenta desvendar se os filmes e programas de televisão sobre medicina são realmente fiéis à verdade. É lá que estão dúvidas como "O que aconteceria se, como em Pulp Fiction, enfiássemos uma agulha no coração de alguém?" e "Existe um soro da verdade?", como sugere True Lies, com Arnold Schwarzenegger.

O livro é divertido e traz algumas curiosidades que vão fazer a festa de quem gosta de publicações do gênero. É o caso de uma tabela para grau de ardência de uma pimenta, baseada numa tal escala Scoville. E pode realmente responder a uma ou outra dúvida verdadeira de cada leitor – daquelas que você não teria a quem perguntar e ficaria sem saber pelo resto da vida. Mas não é muito mais do que isso. Depois de escolher umas 20 perguntas que interessam como curiosidade, deixa-se o livro de lado. Resta saber se isso paga os R$ 24,90 cobrados pelo exemplar. Essa é uma pergunta que não está respondida no livro.

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