Consagração
Revelada em Joinville, carioca ganha o mundo
A principal revelação do balé clássico brasileiro foi alçada ao mundo da dança pelo Festival de Joinville de 2010. Desde então, a projeção da carioca Mayara Magri, de 17 anos, tem sido meteórica: a partir de setembro, ela vai fazer parte da tradicional Royal Ballet School, de Londres.
O grande impulso na carreira foi dado no evento catarinense do ano passado, quando Mayara levou o prêmio de melhor bailarina. Com isso, foi habilitada a participar de uma seletiva em Córdoba, na Argentina, que rendia vaga no Prix de Lausanne, Suíça. A carioca venceu as duas competições o prêmio da última era escolher uma bolsa de estudos na escola que quisesse, desde que fosse parceira da competição suíça.
Trajetória
A história da bailarina transcende sua técnica apurada. Filha de um taxista e de uma dona de casa, Mayara é da comunidade de Mata Machado, um morro no Rio de Janeiro. Graças a um projeto de concessão de bolsas da escola Petite Danse, a garota pode desenvolver seu talento.
"Não fosse isso, não estaria fazendo dança", ressalta. "Iria ficar muito difícil para os meus pais, pois o balé é muito caro. Por isso, sempre tive na cabeça que tinha de ser a melhor, que precisava construir os meios para poder seguir, para não depender das pessoas."
Neste ano, Mayara volta a participar do festival como convidada especial. Além disso, vai representar sua escola na mostra competitiva.
Valentin Flauraud/ReutersMelhor bailarina em Joinville em 2010, Mayara Magri vai estudar em Londres
Sonho de praticamente dez em cada dez alunos, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil vai realizar uma audição durante o Festival de Joinville para escolher seus novos integrantes. São cerca de 20 vagas destinadas a quem já tem conhecimento de dança.
A seletiva está marcada para o dia 25, na sede da instituição. Podem participar candidatos de ambos os sexos: para dança clássica, devem ter nascido entre 1993 e 1999; para contemporânea, entre 1993 e 1998.
Ao todo são três etapas de avaliação, todas eliminatórias: na primeira, prática, é analisado o nível técnico do candidato; a segunda é uma avaliação fisioterápica, na qual são checados musculatura, articulações e eventuais desvios posturais; por fim, há uma entrevista. Os resultados já saem depois de alguns dias.
"O que é bom deixar claro é que um candidato não pode desistir da dança caso não seja aprovado", observa a coordenadora de eventos e produção, Sylvana Albuquerque. "Essa é apenas uma audição. Há mais ao longo do ano e outras possibilidades."
Além desta, a Bolshoi no Brasil faz uma audição em outubro e outras, itinerantes, em algumas cidades por quais passa. Para a próxima, as inscrições podem ser feitas no site www.escolabolshoi.com.br até o dia 21. Há uma taxa de R$ 10.
Bolsas
Atualmente, são bolsistas 98% dos 280 alunos de 17 estados, segundo o supervisor geral Pavel Kazarian. "É um ponto nosso muito importante: oferecer oportunidade a quem não tem e, assim, evitar que grandes talentos sejam desperdiçados", afirma.
Músico, Kazarian se diz bastante satisfeito com os 11 anos da escola no Brasil a única do Bolshoi fora da Rússia. "O brasileiro tem um espírito inovador e muito jogo de cintura. Combinado com a disciplina e o método russos, é uma fórmula que dá muito certo."
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