Bolt é uma boa fábula moderna

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John Lasseter não se tornou por acaso um dos principais nomes do cinema de animação. Um dos idealizadores da parceria bem-sucedida entre os estúdios Disney e Pixar – com produções como os títulos da franquia Toy Story e Carros –, o cineasta é responsável direto pelo boom da tecnologia 3D na sétima arte.

Apesar de se tornar o precursor da utilização do computador nos trabalhos com animação, Lasseter reconhece que a tecnologia não é suficiente para garantir o êxito de uma produção. Por isso, o norte-americano, que completa 52 anos no próximo dia 12, utiliza como fonte inspiradora em seus trabalhos uma frase dita pelo mestre Walt Disney: "Para cada gargalhada, deve haver uma lágrima".

Não é à toa que essa é a premissa de Bolt – Supercão, que estréia hoje nos cinemas e que marca uma nova fase na carreira do animador. O longa-metragem é o primeiro a ser criado e produzido diretamente por John Lasseter, hoje diretor-geral de criação da Walt Disney e Pixar Animation Studios, e Ed Catmull, um dos fundadores da Pixar e, atualmente, presidente de ambos os estúdios.

Para Lasseter, "a alma do filme vem da jornada emocional e das mudanças que se processam ao longo do caminho". De fato, Bolt é uma espécie de fábula moderna com todos os ingredientes necessários para fisgar públicos dos mais diferentes perfis.

O ponto de partida da fita é a aventura. Bolt (dublado na versão original por John Travolta) é o astro de uma série de televisão. No universo mágico da telinha, o cão é um super-herói e vive mil e uma situações para defender a jovem Penny (originalmente dublada pela atriz e cantora Miley Cyrus) das garras de terríveis vilões.

Mas tantos poderes extraordinários fazem parte da ficção. Para Bolt, no entanto, esse mundo é real.

Se a sua vida é um faz-de-conta, o mesmo não podemos dizer do seu relacionamento com a menina. Há entre Penny e Bolt um forte laço de amizade, uma confiança conquistada desde o dia em que a garota o escolheu em uma loja de animais.

Certo de seus poderes fantásticos, que incluem um superlatido, Bolt fica desesperado na gravação de uma das cenas da série. Penny é sequestrada e – para piorar a situação – dois gatos maldosos fazem questão de perturbá-lo a respeito do assunto.

Desesperado, ele foge dos estúdios e vai para as ruas em busca da amiga. Diante de uma realidade desconhecida, Bolt vai ficar amigo da amargurada gata Mittens e do divertido e agitado hamster Rhino, fã do seriado estrelado pelo herói canino.

Juntos, eles vão descobrir a importância da amizade, do trabalho em equipe e também convidam os espectadores a uma reflexão sobre a relação entre homens e animais. Um bom programa para as férias, sem dúvida alguma.