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O videoclipe de "Solta o Frango", dirigido por Barney Clay (responsável por clipes de Gnarls Barkley, Dirty Pretty Things e Joe Spencer Blues Explosion) já está na rede e pode ser visto no site www.youtube.com.
Algumas canções do álbum Bonde do Rolê with Lasers, debut do trio, com lançamento internacional previsto para o início de junho, podem ser ouvidas no site da banda www.myspace.com/bondedorole. A capa do álbum trará a imagem do Cristo Redentor, lançando raios coloridos dos olhos.
Elogiados pela revista norte-americana Rolling Stone e pelo jornal The New York Times. Premiados pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) na categoria melhor show de MPB. Contratados pelo selo Mad Decent, do DJ americano Diplo e distribuídos pela gravadora Domino Records, a mesma de Franz Ferdinand e Artic Monkeys. Admirados por gente como a canadense Peaches, pelo vocalista da banda inglesa Super Furry Animals, pelos irmãos da dupla belga 2 Many DJs e pelo quarteto eletrônico inglês Ladytron. Convidados pela banda inglesa Placebo para abrir os shows de sua próxima turnê brasileira, no final deste mês (oferta recusada devido a compromissos inadiáveis). Tudo isso em pouco mais de um ano. Desacreditado por muitos, desprezado por vários e desconhecido da grande maioria, o trio curitibano Bonde do Rolê é, sem sombra de dúvida, o maior fenômeno pop exportado pela terra das araucárias em toda a história.
Mesclando o pancadão do funk carioca a riffs de guitarras hard rock e letras recheadas de palavrões e metáforas sexuais do mais baixo calão, Marina Ribastki, 22, Rodrigo Gorky, 26 e Pedro DEyrot, 23, conquistaram os mercados alternativos norte-americano e europeu, que consideram a sonoridade do grupo a fusão mais revolucionária surgida na cena eletrônica nos últimos tempos. Prestes a lançar o single "Solta o Frango" (leia mais no quadro abaixo) o grupo está com a agenda de shows lotada durante o verão europeu e deve passar, no mínimo, sete meses longe do Brasil após a apresentação que faz durante a oitava edição do festival paulistano Skol Beats, em maio.
Após uma série de shows em Londres, Berlim e Paris, o bonde curitibano inicia hoje uma turnê pelos EUA e Canadá, com mais de dez apresentações até o início de abril. Direto de um quarto de hotel londrino, a endiabrada vocalista Marina Ribatski conversou, via Google chat, com a reportagem do Caderno G, no início desta semana. Confira a seguir, alguns trechos da entrevista.
Caderno G Fale um pouco sobre shows europeus, como estão sendo recebidos?Marina Ribatski Estão sendo muito bons. O de Berlim foi bem especial e em Londres tocamos no Astoria lotado, abrindo para o Gossip, o que também foi muito legal. Por enquanto, nenhum single de vocês foi lançado oficialmente no Brasil. O álbum de estréia Bonde do Rolê with Lasers, que chega ao mercado exterior em junho, tem previsão de lançamento nacional?A gente ainda não sabe o que vai acontecer com o disco no Brasil. Mas ele com certeza vai ser lançado. Ainda estamos analisando propostas.
O que podemos esperar do novo álbum em termos de sonoridade? Como ficou a questão do uso de samples? E as letras, pode adiantar alguma coisa? Não usamos samples no disco, pois estava sendo muito complicado. O Alice in Chains tinha liberado os direitos de "Man in the Box" para usarmos em "Melô do Tabaco", mas a editora ficou enrolando, então a gente simplesmente deixou quieto. Quanto às letras, continuam na mesma vibe.
Aqui no Brasil, há quem diga que o Bonde só faz sucesso no exterior porque ninguém entende as letras das canções. As pessoas se interessam em saber o que vocês estão cantando?Se interessam bastante. E a gente explica, não esconde de ninguem não! Em Portugal que é muito legal, porque eles entendem tudo e adoram!
Vocês voltam ao Brasil em maio, para o Skol Beats. Existe alguma chance de uma turnê brasileira, que passe por Curitiba, onde vocês só se apresentaram duas vezes?Turnê no Brasil? Só se for para tirar dinheiro do nossso próprio bolso, caso contrário não dá. Amo Curitiba, é a minha cidade, pra mim a melhor do mundo. Mas Curitiba renegou a gente.
Por que acha isso?O Bonde é o nosso trabalho. A gente paga aluguel com o nosso trabalho, como qualquer pessoa e não aceitamos tocar de graça para dono de bar fazer dinheiro nas nossas costas. Essa mentalidade curitibana de que o dono do bar te faz um favor e não que a banda presta um servico ao bar é o principal culpado por as bandas daí ficarem para sempre confinadas em Curitiba. Se você quer viver disso, tem que ser profissional. Eu não tenho papai e mamãe bancando brincadeirinha de rockstar.
Em compensação, a recepção da mídia estrangeira a vocês é bastante positiva, o que andam falando do Bonde por aí?Tem mais gente falando bem da gente aqui do que no Brasil. Eles gostam bastante do nosso som, nao têm a visão preconceituosa que o povo tem aí.
Que tipo de preconceito acha que existe no Brasil?São dois tipos. O primeiro, pelo povo roots do funk, porque a gente nao é do Rio e nem de morro. O outro, por parte do que seria o nosso publico aí, gente que não gosta de funk porque é som de pobre. Aqui fora, funk é uma coisa muito nova, é um estilo de música eletrônica revolucionário e autenticamente brasileiro.
Por essas razões, pensam em mu-dar-se para o exterior em definitivo? No verão (europeu), vamos passar três meses morando em Berlim, por causa da quantidade de festivais em que vamos tocar. Como seria muito chato ficar de hotel em hotel dá muita saudades de ter uma casa decidimos alugar um apartamento para passar os dias de semana, quando não estamos excursionando.
É capaz que a gente passe muito mais tempo fora do país de agora em diante. Mas eu quero voltar assim que conseguir. Amo Curitiba de paixão, mas por razões que não têm nada a ver com música, obviamente.
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