A temporada de desfiles outono-inverno 2007 está chegando ao fim no Brasil, deixando evidências claras e algumas dúvidas sobre o que estará de fato nas ruas quando o verão se despedir das vitrines das lojas.
Para três editoras de moda que estão acompanhando o São Paulo Fashion Week, que termina nesta segunda-feira (29), três coisas não poderão faltar no armário da mulher antenada no mundo fashion.
As "ankle boots", os tons de cinzas e os volumes balonês são as apostas do inverno para Gloria Kalil, editora de moda que tem um site próprio; Maria Prata, da Vogue Brasil, e Denise Dahdah, da revista Quem.Os anos 1960 também surgiram com vontade na passarela dos estilistas do SPFW, que começou na quarta-feira (24) no prédio da Bienal, parque Ibirapuera.
Tal década aparece tanto para os looks retrô -leggings e meia-calças coloridas ou vestido trapézio- como para o look futurista, com vestidos repletos de aplicação de metal.
- Isso (futurismo) aparece nas passarelas de uma forma muito mais pesada, mas chega nas ruas em pequenos detalhes metálicos, em aplicações e bordados - disse Maria Prata à Reuters.
Ela cita a Triton, que usou a forma mais literal e retrô dos anos 1960, e Maria Bonita, com o lado mais robótico, a exemplo das roupas prateadas e das meia-calças de látex que abriram o desfile da grife.
O "must have" da estação, no entanto, serão as botinhas de salto alto que vão até o tornozelo, chamadas de "ankle boots". Elas apareceram nas passarelas nos mais diversos estilos, de bico fino ou redondo, salto grosso ou fino, de couro, camurça ou de paetê.
- Vai pegar muito. Mas é uma bota super complicada para quem tem a perna mais grossa", avisa Prata.
Eco-tecidos
A balonê, outro preferido dos estilistas para vestidos, shorts e saias, segue com o mesmo problema. Para Dahdah, essa moda deverá ficar restrita aos fashionistas, ou seja, às pessoas que seguem a trilha fashion de perto.
- Quem gosta de moda, vai querer usar. Mas acho que muita gente acha brega, lembra dos anos 1980, da festa de 15 anos - disse a editora. - É difícil de usar, o balonê acrescenta volume na pessoa, não é qualquer um que pode usar, tem que saber usar.
Kalil cita uma outra peça-chave que deverá ser constante nas prateleiras das lojas -as parkas. Originalmente esportivas, as parkas ganharam uma releitura mais requintada com tecidos nobres como tafetá, seda, organza, além do couro e do moletom.
Para Kalil, que tem um lounge próprio dentro do SPFW, a temporada de moda de São Paulo está mais compacta e as marcas vêm trabalhando cada vez mais sua própria identidade.
- Não é uma estação de virada de moda. Mas as marcas estão deixando suas personalidades bem evidentes - disse Kalil.
A onda ecológica que tomou conta do evento, tanto em atividades paralelas como nos desfiles, com os materiais tecnológicos, veio para ficar, segundo Kalil.
- São esses tipos de tecido que vão ser responsáveis pelas grandes mudanças que a moda ainda possa ter. Daqui para frente, o tecido tecnológico vai ter que contemplar o ambiental.
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