Bradley Cooper, que foi indicado ao Oscar de melhor ator por sua interpretação de um implacável atirador de elite em "Sniper Americano", de Clint Eastwood, disse na segunda-feira não ter previsto como a cinebiografia sobre a guerra do Iraque daria ensejo a um debate político tão intenso.
"Você nunca sabe, quando faz um filme, se alguém irá vê-lo, então ter a audácia de imaginar que ele causaria qualquer tipo de efeito seria bastante presunçoso", declarou ele aos repórteres no almoço dos indicados ao maior prêmio do cinema.
"Sniper Americano", que lidera a bilheteria dos Estados Unidos e já arrecadou quase 250 milhões de dólares, conta a história real do falecido fuzileiro naval e atirador de elite norte-americano Chris Kyle, cujas 160 mortes no Iraque são consideradas um recorde na história militar dos EUA. O filme foi indicado a seis Oscars, entre eles o de melhor filme.
A produção se tornou o tema de uma discussão pública, na qual liberais e conservadores debatem a maneira como ela exibe a guerra e os soldados e a interpretação de Eastwood da história que levou à invasão norte-americana do Iraque em 2003.
O Comitê Americano-Árabe Antidiscriminação declarou que seus membros foram alvo de "ameaças violentas" causadas pela linguagem que o filme usa em relação aos muçulmanos.
Eastwood, que é um firme apoiador dos veteranos, afirmou que "Sniper Americano" não tem nada a ver com política partidária, e Cooper, que foi um dos produtores do filme, disse querer que a atenção seja voltada para os soldados.
"Qualquer discussão que jogue luz nas agruras dos soldados e dos homens e mulheres nas Forças Armadas, que essa discussão ocorra é fantástico", opinou.
Kyle foi morto por um veterano amargurado no Estado do Texas em 2013, antes de a produção do filme começar.
Cooper já foi indicado ao Oscar de melhor ator em 2013 por "O Lado Bom da Vida" e em 2014 por "Trapaça".
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