Enquanto a moda francesa tem como marca registrada o luxo e a italiana o primoroso design, a moda brasileira tem ainda uma identidade a construir. Paulo Borges, diretor artístico da São Paulo Fashion Week (SPFW), acredita que essa identidade já está nascendo. Para ele, o Brasil entrará no mapa fashion mundial como o país em que a moda é desenvolvida de maneira sustentável, principalmente por meio da pesquisa de novas matérias-primas e da criatividade.

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- O que vai simbolizar a moda brasileira e vai fazer uma grande diferença na cena externa é a questão da sustentabilidade, da criatividade e da nossa relação com o meio-ambiente - explica Borges.

O prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera, o cenário principal da SPFW, veste-se quase que totalmente de branco, na cenografia criada por Daniela Thomas e Felipe Tassara. O público de cerca de 75 mil pessoas encontrará apenas alguns pontos de cor.

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- A idéia é ressaltar o purismo e a simplicidade. Estamos desmontando a SPFW. Tirando paredes, literalmente. Queremos usar o prédio de Oscar Niemeyer da maneira mais fiel possível à sua arquitetura, tirando tudo o que não é necessário - diz Borges.

Um rendeiro é a instalação que o diretor artístico da São Paulo Fashion Week acredita que fará o maior sucesso este ano. São diversas redes artesanais onde as pessoas poderão se sentar e assistir, em televisores de plasma, vídeos sobre moda.

- Será um local de inter-relações entre pessoas, idéias e tecnologia - prevê o diretor artístico.

Haverá também uma exposição no segundo andar de roupas criadas a partir de um mapeamento de matérias-primas sustentáveis.

- O Brasil poderá dizer que aqui a moda é desenvolvida de maneira sustentável - conclui Borges, informando que até o combustível usado no gerador de energia da SPFW será o biodiesel.

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